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'Prévia' de Paul McCartney em Brasília tem um clássico atrás do outro, emoção de fãs e ex-Beatle se arriscando no português

Cantor britânico fez apresentação para 400 pessoas no Clube do Choro, em Brasília, onde se apresentará no estádio Mané Garrincha na quinta-feira

Agência O Globo - 28/11/2023
'Prévia' de Paul McCartney em Brasília tem um clássico atrás do outro, emoção de fãs e ex-Beatle se arriscando no português
Paul McCartney - Foto: Instagram - @paulmccartney

De volta ao Brasil para uma série de shows no país, o cantor britânico Paul McCartney surpreendeu fãs de Brasília ao anunciar, pela manhã, uma apresentação extra que aconteceria no mesmo dia. Mas não seria uma exibição qualquer. O local escolhido foi o Clube do Choro, espaço que abriga um palco no subsolo, ao melhor estilo The Cavern Club, em Liverpool, pub onde os Beatles tocavam no começo da carreira, na década de 1960.

Os cerca de 400 ingressos vendidos de forma online se esgotaram quase instantaneamente após o anúncio. Mesmo assim, diversos fãs do cantor se dirigiram ao local no início da tarde para tentar a sorte e conseguir comprar as entradas de quem não havia confirmado via web. A fila no local dava volta no prédio no início da tarde.

Indo além da pontualidade britânica, Paul subiu ao palco às 18h, meia hora antes da hora marcada. Encontrou um público entusiasmado que, colado ao palco, entoou junto A Hard Day's Night, música que abriu a noite.

As duas horas e meia de apresentação pareciam encomendadas para beatlemaníacos. O set list incluiu clássicos como Let It Be, My Valentine's, Got to Get You Into My Life e It Won't Be Long. O britânico chegou a finalizar o show com Hey Jude, mas logo em seguida voltou para o bis com Golden Slumbers, Carry That Weight e The End. O público só sentiu falta de Yesterday.

De camiseta preta escrito Liverpool e uma camisa social por cima, Paul sofreu com o calor no ambiente abafado e mal ventilado. Encerrou a apresentação completamente suado e por diversas vezes parou para beber água. Também houve distribuição de água ao público.

Apesar do calor, o britânico se demonstrou à vontade no palco. Desenrolou um português em vários momentos, em conversas com o público dentre as músicas falou "show de bola", "agora cantam os homens", "e agora só as mulheres".

Os fãs foram orientados a guardar seus celulares em um saco plástico logo na entrada. A restrição, segundo apurou O GLOBO, foi um pedido do cantor para o público "se concentrar no show" e também para não atrapalhar a visão de quem ficasse atrás.

Isabela Nascimento, 31, não escondeu a emoção de poder assistir ao ídolo tão de perto. Ela já havia acompanhado outro show de Paul no país, mas disse que esse foi inesquecível.

— Chorei do início ao fim, foi o melhor show da minha vida. Eu ainda vou no que vai ter depois de amanhã, mas esse aqui acho que nada supera por ser mais íntimo, menos pessoas — contou após o espetáculo.

Surpresa para fãs

Músico que começou com os Beatles em palcos diminutos como os do Cavern Club (na Liverpool natal) e o Star-Club (em Hamburgo, na Alemanha) — e terminou com eles em 1969 numa apresentação-relâmpago no telhado da gravadora Apple —, Paul McCartney frequentemente surpreende os fãs que acorrem aos seus shows em grandes estádios com sessões intimistas, feitas quase que em segredo. Em 2010, por exemplo, ele tocou e cantou para cerca de 300 pessoas no 100 Club, na região central de Londres, bem na hora do almoço. A razão era das melhores: levantar fundos para evitar o fechamento da casa. Vieram fãs da Alemanha, Estados Unidos e até do Japão.

Em 2016, novamente foram 300 os felizardos que assistiram a um show de Paul, desta vez na Califórnia: no Pappy & Harriet’s, uma pequena estalagem em Pioneertown, perto do Desert Trip, o megafestival em que ele se apresentava. Os ingressos, ao preço de US$ 50 cada, foram disponibilizados por ordem de chegada. Dois anos depois, quando lançou o álbum “Egypt Station”, ele escolheu uma estação de trem célebre, a Grand Central Station, em Nova York, para fazer outro desses shows para 300 pessoas – desta vez, com celebridades como os atores Amy Schumer, Steve Buscemi e Meryl Streep, o comediante Chris Rock e a modelo Kate Moss. Dias antes, Paul fez um show intimista também no saudoso Cavern Club, onde não tocava desde 1999.

Ano passado, já com 80 anos de idade completados, foi a vez de Paul McCartney cantar e tocar para cerca de 800 pessoas no Cheese and Grain, casa da cidade de Frome, que fica no distrito de Somerset, no sudoeste da Inglaterra. Acorreu uma multidão de fãs apaixonados e alguns rostos famosos, incluindo a esposa do falecido George Harrison, Olivia, e a estrela pop Olivia Rodrigo. A apresentação surpresa aconteceu um dia antes de seu show no festival de Glastonbury – onde Paul fez história como a atração solo mais velha do festival.

O show no Clube do Choro, espaço com capacidade para 420 pessoas, foi anunciado na forma de um link enviado para quem já tinha entradas para o show no estádio Mané Garrincha, na quinta-feira. Os ingressos foram disponibilizados no site da Eventim, com preços a partir de R$ 200, e se esgotaram quase que instantaneamente. “Para comemorar a chegada da turnê Got Back ao Brasil, Paul irá fazer um show ainda hoje no Clube do Choro Brasília. Os ingressos para o show são extremamente limitados”, escreveu o músico em publicação nas suas redes sociais. (Colaborou Silvio Essinger)