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Literatura de cordel
O imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, cognominado de José Sarney, ex-presidente da República (1985-1990), escrevera: a cantoria nasce, não pode ser feita. É uma lamparina. É um terreiro, é uma noite, são duas violas, são quatro repentes. Começa e cresce, vai e vem, morre e ressuscita. A lua desaparece. Na madrugada o dia nasce, as moças fogem, a viola cala, mas, no ar, a lenda vai começar.
O vate viçosense Jader Tenório, ex-presidente do PRODUBAN, trouxe à tona majestoso livro Poeta de Canto A Canto (Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2012). Fruto de acurada pesquisa in loco no Nordeste. Suas orelhas foram escritas pelo também poeta e conterrâneo Sidney Wanderley:
“Aqui o leitor encontrará uma seleta da melhor poesia popular já produzida no país: Zé Limeira, Zé da Luz, Ivanildo Vilanova, Dimas, Lourival e Otacílio Batista, Cego Aderaldo, Chico Nunes, Os Manéis Nenen e Xandu, Patativa do Assaré, Pinto do Monteiro, e dezenas de outros de nem sempre reconhecido o valor e que fazem por merecer maior divulgação e estima”.
O Prefácio do majestoso livro é do escritor Denis Melo, filho do saudoso Dr. José Maria de Melo (Prefeito de Viçosa por duas vezes, deputado Federal por várias vezes. Secretário da Fazenda no Governo do Dr. Arnon de Mello). O autor verseja magnanimamente: Se eu nascesse novamente/ Nasceria aqui de novo /Para dizer ao meu povo / Eu estou aqui presente/ Não ser nunca diferente / Do que já fui no passado / De novo dar meu recado / Pra essa turma seleta / Ser matuto e ser poeta / Viçosa, muito obrigado.
Lourival Batista e Pinto do Monteiro, cantavam num festa e Pinto saiu com essa: “Queria ver Lourival / Morto debaixo de um trem / Ou num beco pedindo esmola / Onde não passe ninguém / E se passar, que seja um cego/ Pedindo esmola também”.
O escritor Gilberto Freire escrevera: A cultura não é somente aquela de universidade, a erudita e recheada de metáfora. Cultura popular pode ser até o fabrico de um cachimbo de barro. Vem da arte popular em forma de versos, rimas e entoadas e de repentes. Por essas razões, Jader Tenório teve a sensibilidade de prestigiar seus colegas. Felicito-o pela obra que congrega valores intrínsecos às origens.
Versos do autor que enaltecem Divaldo Suruagy: Para quem já foi Prefeito/ Secretário de Estado/ Presidente da Assembleia/ Quando era Deputado/ Três vezes Governador/ Mais uma vez Senador / Homem de alto conceito / Deputado Federal / Um amigo bom e legal / Merecia mais respeito. O autor é testemunha ocular da serventia feita pelo economista. Vale a pena conferir o que escrevera meu conterrâneo.
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