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Eleição na Argentina: Quem é o favorito, Massa ou Milei? Veja as últimas pesquisas

Segundo turno da eleição presidencial mais acirrada e atípica da história do país acontece no domingo

Agência O Globo - 17/11/2023
Eleição na Argentina: Quem é o favorito, Massa ou Milei? Veja as últimas pesquisas

Javier Milei: 51,1%. Sergio Massa: 48,8%. Essa é a média das últimas 15 pesquisas registradas na Argentina antes do segundo turno da eleição presidencial mais acirrada e atípica da história do país. O herdeiro do partido governista e o outsider da direita radical praticamente empatam quando se vai além das casas decimais e se contextualiza essas duas estimativas próximas a 50%, com uma média que elimina os eleitores indecisos e o voto em branco registrado pelas pesquisas de sua base de cálculo para aproximar seu quadro da imagem do que poderemos ver no próximo domingo.

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A diferença de 2,3 pontos percentuais está dentro da margem de erro da maioria das pesquisas publicadas não apenas na Argentina, mas em praticamente qualquer país. Uma oscilação de 1,2 ponto a favor de um dos candidatos, que seria mecanicamente contra o outro, seria suficiente para uma vitória. Pouquíssimas pesquisas conseguem, oficialmente, reduzir a margem de erro abaixo desses "mais ou menos" 1,2 pontos. Quase nenhuma faz isso com credibilidade na prática. E nenhuma média construída a partir desse material bruto pode, pela lógica, reduzir significativamente essa janela de incerteza.

De fato, uma análise desagregada das 15 pesquisas que compõem a média mostra que a frequência de diferenças absolutas entre os candidatos acima de 2,3 pontos percentuais é alta. O que de fato está acontecendo é que nove delas dão a vitória a Javier Milei, mas seis a dão a Sergio Massa. As diferenças variam de 0,8 a 9,9 pontos percentuais, mas em ambas as direções: os institutos de pesquisa não pintam, em geral, uma corrida semelhante e apertada, mas com uma ligeira vantagem para Milei, como faz a média. Não: as imagens da disputa variam substancialmente umas das outras, o que apenas acrescenta, e não subtrai, incerteza a qualquer previsão.

Isso se deve ao fato de que, ao construir uma previsão com várias fontes de informação, é radicalmente diferente ter um consenso entre elas do que ter tal dissidência. Dada essa variação considerável, a média aritmética não pode e não deve ser interpretada sem ela. Os 51,1% de Milei aumentam para 54,9%, mas também caem para 48,4%. Da mesma forma, a média de 48,8% de Massa atinge um piso de 45,1%, mas seu teto ultrapassa 51% em mais de uma pesquisa. Essas são as margens reais de dúvida antes de domingo.

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É verdade que, mesmo assim, mais pesquisas parecem apontar para uma vitória de Milei do que de Massa. Mas, ao mesmo tempo, o erro mais substancial entre as médias do primeiro turno e o resultado final foi justamente a subestimação do candidato oficial. Nas Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), o erro favoreceu Milei. Mas os ajustes metodológicos entre aquela época e agora mostraram-se mais viáveis e confiáveis devido ao tempo prolongado (de agosto a outubro) e porque o tipo de eleição era notavelmente diferente. Assim, se formos atribuir probabilidades entre erros potenciais (a favor de Milei ou de Massa), talvez a tendência para a direita seja um pouco mais confiável.

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De qualquer forma, essas três fontes de dúvida (a estreita margem da média, sua composição variada de pesquisa a pesquisa e o erro do primeiro turno) sugerem cautela ao interpretar a média atual como um resultado provável. Mais do que um retrato das estimativas apertadas dessa eleição, é um retrato da incerteza que a cerca.

Metodologia de cálculo da média. Esta média leva em consideração a versão mais recente de cada pesquisa publicada por institutos de pesquisa com dados coletados de 1 a 13 de novembro, consultadas na tarde de quinta-feira, 16 de novembro.

Para que as pesquisas sejam comparáveis entre si e para que o número final seja o mais próximo possível da imagem percebida pelas pesquisas, a média é feita excluindo os votos indecisos e em branco da base de cálculo. Assim, se, por exemplo, uma pesquisa der 50% para o candidato A, 40% para o candidato B e incluir 10% de indecisos, as porcentagens dos candidatos A e B serão recalculadas com base no total de votos decididos, que, nesse caso, seria 50+40=90. O candidato A teria 50/90=55,55%. Candidato B 40/50=44,44%.