Economia
Balenciaga lança 'saia de toalha' por R$ 4.500 e gera polêmica nas redes sociais
Internautas criticaram peça. Para especialistas em Moda, decisão agrega valor à marca

Você certamente já saiu do banho e se enrolou em uma toalha antes de vestir a roupa. Mas e se alguém te dissesse que a toalha amarrada na cintura estava aprovada para dar uma voltinha por aí? A marca de luxo Balenciaga não só incorporou o hábito cotidiano em um peça à venda, a "towel skirt" ("saia de toalha", em inglês), como cobra por ela 925 dólares, cerca de R$ 4.500.
Esta não é a primeira vez que a marca faz um lançamento inusitado. No ano passado, a Balenciaga vendia tênis com aparência surrada por quase R$ 9.500 e uma bolsa similar a um saco de lixo, por cerca de R$ 10 mil. Como em todas essas ocasiões, os internautas, em geral, criticaram a novidade desta semana. "Imagino alguém chegando com essa ideia na empresa e sendo levado a sério", escreveu um. Outro fez piada: "Toda vez que eu saio do banho, eu olho pra toalha e penso em uma forma de fazer um roupa fashion. Isso deveria ser considerado plágio". "É melhor comprar uma toalha" e "Quero nem de graça, Balenciaga", opinaram ainda.
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Para Emanuelle Kelly, professora de Sociologia da Moda na Universidade Federal do Ceará (UFC), porém, os comentários, em primeira análise, negativos, demonstram que a marca descobriu uma fórmula para chamar atenção. E que a estratégia de marketing tem dado certo.
— Não é tendência de Moda. Moda é aquilo que é novo e é seguido até a sua saturação. O que a Balenciaga faz não necessariamente vira tendência. Ela não está preocupada em vender a saia, mas em fortalecer a imagem da marca. Esse tipo de criação já é algo esperado pelo público consumidor dela, pois as criações da Balenciaga têm um valor que se aproxima da arte conceitual contemporânea, que busca passar uma mensagem, ser irreverente, chocar — diz.
A mensagem, desta vez, está associada à crise climática global e à correria da vida moderna, segundo Vivian Blaso, professora de Marketing de Moda na Faap. Ela explica que a moda conversa com temas da sociedade e lembra que as toalhas já vinham sendo integradas aos desfiles de moda desde 2020, por Prada, Mochinho e outras marcas, remetendo ao cotidiano alterado, e ao home office, em função da pandemia. Mais atual, a toalha da Balenciaga pode remeter às alterações climáticas que ocasionam as ondas de calor extremo no Brasil e no mundo.
— Uma toalha enrolada por cima da peça pode remeter, como sair do banho, ao calor da crise climática que a gente está atravessando e à pressa de sair correndo, sem nem colocar uma roupa. A Balenciaga uma marca que busca chamar atenção através da polêmica, e que faz parte de um grupo (a holding francesa Kering) que tem um compromisso relacionado à mitigação climática — avalia.
Há dez dias, a atriz brasileira Débora Secco foi a uma premiação de música com toalhas enroladas no corpo e na cabeça, além de jóias chamativas. Na ocasião, ela declarou, brincando:
— Eu saí do banho, não deu tempo e vim correndo. São tão poucas as oportunidades que a gente tem de brincar com a moda, né?
Não se sabe quanto Débora gastou com o "look", que provavelmente foi trabalhado por um stylist e uma costureira a partir de toalhas comuns (ou tão comuns quanto uma toalha da atriz deve ser).
O preço da peça da Balenciaga, no entanto, é um assunto a parte para os avaliadores de plantão. "Eu amo que eles debocham mesmo do rico", pontuou um brasileiro, rindo, no X, antigo Twitter. Os itens vendidos pela marca custam caro. Um colar com um cadeado que faz parte da coleção atual, por exemplo, sai por 1.150 dólares (cerca de R$ 5.500).
— A Balenciaga pode lançar uma agulha, que não vai ser uma agulha barata. O preço é muito mais associado ao valor da marca, uma vez que se propõe a ser uma marca de luxo, do que ao produto em si — explica a professora Emanuelle Kelly.
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