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Da batalha judicial à morte 'trágica': linha do tempo mostra trajetória de bebê com doença rara no Reino Unido
Pequena Indi Gregory chegou a receber cidadania italiana para continuar internada em hospital pediátrico do Vaticano, mas pedido foi negado
A bebê britânica Indi Gregory, de oito meses, morreu nesta segunda-feira devido à doença mitocondrial incurável após o desligamento dos aparelhos que a mantinham viva. Apesar dos esforços dos pais, uma disputa legal resultou na remoção do tubo respiratório da menina. Indi conseguiu cidadania italiana para continuar o tratamento, mas os juízes ingleses recusaram o pedido para que ela fosse transferida de hospital.
Saiba mais: Morre bebê britânica cujos aparelhos que a mantinham viva foram desligados após decisão judicial
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Entenda a linha do tempo que levou à morte de Indi Gregory:
24 de fevereiro de 2023
A pequena Indi Gregory nasceu em 24 de fevereiro com a doença mitocondrial, uma condição genética rara que drena a energia das células do corpo. Atualmente, não há cura. Em 2017, o bebê Charlie Gard faleceu em decorrência da mesma doença no Reino Unido. Neste caso, seus pais também viveram um drama nas cortes, e acabaram perdendo uma batalha judicial para levá-lo para tratamento no exterior.
Já no caso de Indi, além da doença, a bebê tinha um buraco no coração que agravava sua condição. Logo após seu nascimento, ela precisou passar por cirurgias no intestino e no crânio para drenar líquido.
7 de setembro
Com pouco mais de seis meses, o Nottingham University Hospitals NHS Trust, na Inglaterra, solicitou a suspensão de alguns tratamentos médicos de Indi, como assistência respiratória, terapia de oxigênio, tubos e ressuscitação cardiopulmonar (RCP), se sua condição piorasse. Os médicos decidiram que, devido à gravidade do caso não seria viável prosseguir com um tratamento tão invasivo.
A família da bebê não concordou com os médicos, levando o hospital a solicitar uma decisão da Alta Corte.
26 de setembro
Os médicos alteraram o pedido para, em vez disso, terem autorização para remover apenas os cuidados críticos. O argumento era o de que seria "mais bondoso" deixar Indi morrer do que submetê-la à dor que estava sofrendo. Os especialistas também acreditavam que ela não sobreviveria por muito mais tempo, e que não tinha chance de se recuperar.
O hospital pediu à Alta Corte para remover o tubo respiratório de Indi, e especialistas disseram que a bebê ainda estava “gravemente doente”. O juiz adiou o caso para a semana seguinte, atrasando a decisão sobre a vida dela. No mesmo mês, ela foi batizada em sua cama de hospital.
3 de outubro
Os pais de Indi ainda queriam que o tratamento continuasse, pois acreditavam que ela respondia a eles e que havia piorado por causa de uma infecção. Eles pediram que mais especialistas fossem ouvidos nas audiências. O Juiz Peel apenas permitiu que um deles se apresentasse, e disse que “tudo isso deve ser doloroso para os pais”.
— Eles desejam fazer tudo o que podem por [Indi]. No entanto, pode haver decisões difíceis para eles tomarem diante da condição médica.Toda a evidência médica é unânime. Na realidade, não há evidências médicas em contrário fornecidas pelos pais. Este é um exemplo de pais que, compreensivelmente, esperam que alguém, em algum lugar, encontre uma alternativa à trajetória clínica atual.
13 de outubro
O Juiz Peel decidiu que os médicos poderiam retirar legalmente o “tratamento invasivo”, dizendo: “com o coração pesado, cheguei à conclusão de que os fardos do tratamento superam os benefícios”.
23 de outubro
Os pais de Indi perderam um recurso contestando a decisão anterior. A família estava sendo apoiada pelo Christian Legal Centre, o braço legal do grupo de campanha evangélico Christian Concern, que também apoiou a família de Archie Battersbee durante sua batalha legal sobre o suporte de vida, que eles perderam em agosto de 2022.
30 de outubro
Uma esperança para Indi surgiu através de um hospital na Itália, que ofereceu o tratamento “totalmente financiado pelo governo italiano”.
2 de novembro
Os pais de Indi perderam uma batalha legal para transferi-la para Roma, e o Juiz Peel disse que estava convencido de que a mudança não seria do melhor interesse do bebê.
7 de novembro
Em outra derrota legal para os pais, foi negada a opção de Indi morrer em sua casa. Para o Juiz, era “essencial” que a bebê continuasse a ter tratamento clínico “da mais alta qualidade”, realizado “em um ambiente seguro e sustentável”, algo que não estaria disponível em casa.
13 de novembro
Às 1h45 da manhã de segunda-feira, 13 de novembro, Indi faleceu após seu suporte de vida ter sido retirado no dia anterior.
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