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Eliminatória africana começa nesta quarta com número de vagas 'turbinado', expectativa de menos emoção e desistência polêmica

Torneio também é marcado pela quantidade de estrelas; entre elas, Victor Osimhen, Sadio Mané, Mohamed Salah e Hakimi

Agência O Globo - 15/11/2023
Eliminatória africana começa nesta quarta com número de vagas 'turbinado', expectativa de menos emoção e desistência polêmica
mexico - Foto: Reprodução

A bola começa a rolar nesta quarta para mais uma eliminatória para a Copa de 2026, que será disputada nos EUA, no México e no Canadá. De agora até 2025, 53 seleções se enfrentarão de olho em nove vagas diretas e mais uma para a repescagem mundial. O crescimento no número de classificados foi significativo: até então eram cinco, sem direito a participar do playoff entre continentes promovido pela Fifa.

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A 'turbinada' no número de vagas é a principal novidade do torneio classificatório. Mas o impacto desta mudança pode não ser positivo para quem espera por grandes jogos. Isso porque, assim como ocorre na América do Sul, as principais seleções ficaram menos ameaçadas.

O novo formato prevê oito grupos com seis seleções cada e um com cinco. As equipes se enfrentam dentro das chaves em turno e returno. Ao fim, cada um dos primeiros colocados se garante no Mundial. Além disso, os quatro melhores em segundo disputam um play-off cujo vencedor disputará a repescagem da Fifa.

Cada uma das forças do continente encabeça um deles. Grandes confrontos, como o Senegal x Egito e o Camarões x Argélia que marcaram a última edição, não serão mais vistos. Assim, o risco de surpresas passa a ser muito menor.

Onde assistir às Eliminatórias africanas para a Copa 2026

No Brasil, a competição será transmitida pelo canal de Youtube CazéTV. O primeiro jogo a ser exibido será entre Egito e Djibuti, nesta quinta, às 13h (de Brasília).

Se, por um lado, não há mais "clássicos", por outro nunca houve tantas estrelas em ação. O Egito segue sob a liderança de Mohamed Salah, do Liverpool-ING. Já a atual campeã africana Senegal, do técnico Aliou Cissé, vem com sua constelação que inclui nomes como Édouard Mendy, Kalidou Koulibaly, Abdou Diallo e Sadio Mané.

Ninguém chega tão badalado quanto Victor Osimhen, estrela da Nigéria e do campeão italiano Napoli. Mas coletivamente as maiores atenções ficarão mesmo sobre Marrocos, semifinalista da Copa do Catar e que conta com astros como Bono, Hakimi e Ziyech.

Confira como estão os grupos das Eliminatórias africanas:

Grupo A: Egito, Burkina Faso, Guiné-Bissau, Serra Leoa, Etiópia e Djibuti.

Grupo B: Senegal, República Democrática do Congo, Mauritânia, Togo, Sudão e Sudão do Sul.

Grupo C: Nigéria, África do Sul, Benin, Zimbábue, Ruanda e Lesoto.

Grupo D: Camarões, Cabo Verde, Angola, Líbia, Eswatini e Ilhas Maurício.

Grupo E: Marrocos, Zâmbia, Congo, Tanzânia e Níger.

Grupo F: Costa do Marfim, Gabão, Quênia, Gâmbia, Burundi e Seicheles.

Grupo G: Argélia, Guiné, Uganda, Moçambique, Botsuana e Somália.

Grupo H: Tunísia, Guiné Equatorial, Namíbia, Malauí, Libéria e São Tomé e Príncipe.

Grupo I: Mali, Gana, Madagascar, República Centro-Africana, Comores e Chade.

Eritreia desiste de disputar Eliminatórias africanas

O motivo para o Grupo E ter uma seleção a menos é também a primeira grande polêmica da competição. A vaga pertencia a Eritreia, cuja desistência de participar do torneio foi anunciada na última sexta pela Fifa e pela Confederação Africana de Futebol (CAF). O motivo não foi revelado. Mas, segundo o jornal inglês The Guardian, seria político.

O governo local teme que os jogadores busquem asilo político nos países em que atuarem. O país vive uma ditadura (é governado por Isaias Afwerki desde 1993) que reprime fortemente seus opositores. A federação eritreia de futebol apelou ao Ministério do Esporte para que a seleção participasse das Eliminatórias. Mas não foi atendida, e os jogadores foram dispensados no fim de outubro.