Esportes
Luis Díaz tem reencontro emocionado com o pai, sequestrado durante 12 dias por guerrilha na Colômbia
Parente do atacante do Liverpool foi liberado pelo ELN e recebido pela igreja católica em Valledupar

O atacante Luis Diaz foi às lágrimas, na manhã desta terça-feira, ao se reencontrar pela primeira vez com o pai desde que Luis Manuel Díaz foi libertado de um sequestro na Colômbia.
A polícia da Colômbia anunciou, neste sábado (11), a captura de quatro pessoas suspeitas de participação no sequestro. Ele permaneceu 12 dias em poder da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN).
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"Capturamos quatro pessoas supostamente responsáveis pelo sequestro de Luis Manuel Díaz. Graças a um trabalho coordenado com [o] Ministério Público e autoridades do Reino Unido", informou a instituição na rede social X, o antigo Twitter.
As identidades dos detidos não foram reveladas, mas a polícia indicou que eles pertencem a um "grupo criminoso" chamado "Los Primos". Foram capturados nos municípios de Barrancas, no norte do país, onde aconteceu o sequestro, e no vizinho Maicao. Eles portavam duas armas de fogo.
A autoridade não detalhou a relação entre "Los Primos" e o ELN, guerrilha fundada em 1964 e que negocia com o governo há quase um ano. Na quinta-feira, o ELN entregou o pai do jogador a uma comissão das Nações Unidas e da Igreja Católica em uma região montanhosa do norte do país.
Luis Manuel Díaz e sua esposa, Cilenis Marulanda, foram sequestrados por motociclistas em 28 de outubro, enquanto se deslocavam em uma caminhonete por Barrancas, a pequena cidade no norte do país de onde vem a família. A mulher foi libertada no mesmo dia.
Conhecido como Mane, o treinador de futebol amador, de 56 anos, voltou para casa exausto e mancando, devido às longas caminhadas que foi obrigado a realizar por uma área montanhosa conhecida como Serranía del Perijá, na fronteira com a Venezuela.
Pai de jogador conta como foi sequestro
Em lágrimas, Luis Manuel Diaz contou como foi obrigado a andar "demais" e a dormir pouco durante as quase duas semanas em que foi mantido refém. Diaz disse aos jornalistas na sua casa, no norte do país, que passou por um momento "muito difícil", sobrevivendo "quase 12 dias sem dormir".
Diaz caminhou com óbvia dificuldade ao chegar para a coletiva de imprensa e depois teve que ser ajudado a se levantar da cadeira e levado embora. Ele disse aos repórteres que não foi maltratado pelos criminosos.
“Tive que caminhar muito, subir e descer muitas montanhas, tentando me manter seguro para poder voltar para casa”, disse o homem de 56 anos, que conhece bem a região montanhosa que explora há muito tempo.
Mas “esta foi uma história diferente”, disse ele na sexta-feira. “Eu não gostaria que ninguém estivesse naquela montanha na situação em que me encontrei.” Os pais do jogador foram sequestrados por homens armados em motocicletas em um posto de gasolina em Barrancas, cidade perto da fronteira com a Venezuela. Marulanda foi resgatada horas depois, e uma enorme operação de busca terrestre e aérea foi lançada ao seu marido, com mais de 250 soldados envolvidos.
O ELN, que está em negociações de paz com o governo e é parte num cessar-fogo de seis meses que entrou em vigor em agosto, descreveu o sequestro por uma das suas unidades como um “erro”.
'Paz na Colômbia'
Na quinta-feira, após dias de intensas negociações, os rebeldes entregaram Diaz a trabalhadores humanitários em um local não revelado na cordilheira Serrania del Perija, de onde ele foi levado de helicóptero para a cidade de Valledupar, a cerca de 90 km de cidade natal dele. Horas depois, ele chegou de carro aos vizinhos que comemoravam ao som de tambores e trompete do lado de fora de sua casa, que estava sob escolta policial.
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Na sexta-feira, Diaz disse aos repórteres que espera que sua libertação seja um passo em direção à “paz na Colômbia e para que todos, e todos os reféns, tenham a chance de serem livres”. O rapto ameaçou inviabilizar negociações de paz de alto risco entre o ELN e o governo do presidente de esquerda Gustavo Petro.
Petro assumiu o cargo em Agosto passado com o objetivo declarado de alcançar a “paz total” em um país devastado por décadas de combates entre as forças de segurança, guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e gangues de traficantes. Mais de 38 mil pessoas foram sequestradas na Colômbia ao longo dos anos, principalmente por grupos armados que arrecadaram fundos com resgate.
Segundo dados oficiais, o ELN ainda mantém cerca de 30 reféns. O chefe do setor de Direitos Humanos da Colômbia, Carlos Camargo, disse na sexta-feira que a prática deve ser interrompida como parte das “condições fixas” para o sucesso das negociações de paz. Mas um líder do ELN chamado Antonio Garcia disse no X, antigo Twitter, que a organização “não aceitará condições ou chantagem”.
Luis Manuel Diaz é o fundador e treinador amador da única academia de futebol de Barrancas, onde seu filho se mostrou promissor desde muito jovem. Diaz é creditado por ter ajudado na ascensão meteórica de seu filho, que jogou por seu país 43 vezes e é o primeiro indígena colombiano a chegar aos mais altos escalões do futebol mundial.
Conhecidos disseram à AFP que ele às vezes vendia alimentos que ele mesmo preparava para pagar as viagens do filho a Barranquilla, cidade onde se estreou. Mais tarde jogou pelo Porto e agora pelo Liverpool.
O ELN, um dos últimos grupos guerrilheiros reconhecidos na Colômbia, tem cerca de 5.800 combatentes.
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