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O povo eleito

Arnaldo Niskier 07/11/2023
O povo eleito
Arnaldo Niskier - Foto: Arquivo

Apesar de todas as perseguições e o assassinato de 6 milhões de judeus, na Segunda Guerra Mundial, o chamado povo eleito sobrevive e presta serviços inestimáveis à humanidade. Quando perguntei ao cientista Albert Sabin, inventor da vacina oral contra a pólio, a razão dessa característica marcante, ele sorriu e foi objetivo: “É uma determinação divina”. Estávamos num vôo para a Argentina, onde ele faria palestra a serviço do Instituto Weizmann de Ciências. Mantive com ele uma grande e promissora amizade, a ponto de me chamar carinhosamente de “my nephew” (meu sobrinho).

É notável a contribuição dos judeus à humanidade. Nomes como Einstein, Waksman (o descobridor da estreptomicina), Freud e o próprio Sabin não podem ser esquecidos, no panteão de benfeitores da humanidade. Hoje em dia, de forma inédita, na cena mundial, os judeus conquistaram 170 prêmios Nobel. Nenhum outro povo, nem o norte-americano, chegou a um número tão expressivo.

Jesus Cristo era judeu. A Virgem Maria era judia. Os dez apóstolos eram judeus. É preciso mais para exigir respeito a esse povo secular?

O Estado de Israel, que visitei algumas vezes, tem uma ciência avançadíssima. Se acompanharmos o que se passa no seu Instituto Weizmann, que foi presidido por Sabin, ficará admirado com a sua larga competência, em vários campos do conhecimento.

É isso que se quer destruir? O palestino tem direito à vida, mas alguns dos seus fanáticos dirigentes não admitem a coexistência. A lógica deles preconiza a destruição do Estado de Israel, com o que naturalmente não se pode concordar. É claro que a paz é a conquista desejada para a região. Sonhamos com essa solução, mas enquanto ela não vem ainda vamos sofrer com a violência e a morte desenfreada. Para que isso?

Em 1967, três meses após a Guerra dos Seis Dias, visitamos Israel. Era indispensável conhecer Gaza. Alugamos um táxi e partimos para a aventura, num clima visivelmente nervoso. O motorista alertou para os riscos de atentado, o que felizmente não aconteceu. Hoje, a região tem 2 milhões de habitantes e padece das agruras da guerra.