Internacional

Polícia francesa atira oito vezes em mulher muçulmana por supostas 'ameaças' em estação de Paris

Mulher já havia sido presa em 2021, mas foi detida e internada em um hospital psiquiátrico na época

Agência O Globo - 31/10/2023
Polícia francesa atira oito vezes em mulher muçulmana por supostas 'ameaças' em estação de Paris
POLÍCIA FRANCESA - Foto: AGENCIA BRASIL

A polícia francesa atirou oito vezes em uma mulher muçulmana que, segundo testemunhas, fazia ameaças e gritava "Allahu akbar" ("Alá é maior") em uma estação de trem na periferia de Paris, informou uma fonte policial à AFP nesta terça-feira.

Os policiais foram avisados por ligações de passageiros que mencionavam uma mulher de véu que "proferia ameaças" na estação Bibliothèque François Mitterrand. A mulher "se recusou a obedecer às ordens dos policiais", que "temendo por sua segurança usaram suas armas", disse a fonte.

Os policiais pediram que ela se sentasse no chão e parasse de se mover, mas a mulher continuou andando em direção a eles sem mostrar as mãos, como a polícia havia ordenado, disse à imprensa o chefe da polícia de Paris, Laurent Nuñez

Dois policiais dispararam oito tiros contra a mulher, ferindo-a gravemente no abdômen, disse a Promotoria. A mulher não transportava explosivos nem armas. Após os disparos, ela foi levada para um hospital, segundo a fonte policial. Não há informações sobre o seu estado de saúde.

De acordo com a Promotoria francesa, a polícia abriu duas investigações após a ocorrência: uma, sobre as ações da mulher; e outra, para averiguar se o uso de armas por parte dos policiais era justificado.

Laurent Nuñez afirmou que a mulher, de 38 anos e de nacionalidade francesa, já havia sido detida em 2021 por uma patrulha militar. Na ocasião, "também vestida com véu" e portando uma "chave de fenda", ela fez "declarações de caráter religioso" com uma "atitude ameaçadora", afirmou.

Na época, ela foi detida brevemente e depois "internada" em um hospital, pois sofria de "distúrbios psiquiátricos", acrescentou Nuñez. Não foi autuada por "radicalização", ao contrário do que fontes policiais informaram em um primeiro momento, completou.