Esportes
No Pan, Hugo Calderano busca feito inédito e reeditará parceria com seu melhor amigo
Brasileiro pode se tornar o primeiro tricampeão individual no tênis de mesa na competição

Hugo Calderano, número quatro do ranking mundial de tênis de mesa, está em Santiago-2023 em busca do histórico tricampeonato pan-americano. Algo inédito para o país e para o torneio, uma vez que nenhum mesatenista tem três títulos individuais. O brasileiro foi ouro em Toronto-2015 e Lima-2019, assim como o compatriota Hugo Hoyama, em Havana-1991 e Mar del Plata-1995. Calderano é amplo favorito, uma vez que os chineses acima dele no ranking não disputam o torneio das Américas. Seu rival mais próximo é o número 50 do mundo, o chileno Nicolas Burgos.
— Minha meta é o título, não foco nos recordes e procuro não me comparar com os outros. Foco no campeonato — diz o mesatenista, que, apesar da carreira destacada, ainda não tem medalha olímpica, nem mundial. —Cheguei muito perto, em quartas de final em Tóquio-2020 e no Mundial de 2021. Esses são meus objetivos principais, além de mais uma medalha no Pan.
Calderano reforça que sua motivação é manter a constância das conquistas, além da disciplina. E cita como inspirações os supercampeões do tênis Roger Federer (já aposentado), Rafael Nadal e Novak Djokovic:
— Eles ganharam tudo e querem mais e mais. É algo que só os grandes têm e eu busco. É como eu quero ser.
Em 2023, Calderano conquistou três títulos de WTT Contender, em Durban, Doha e Muscat, além de uma semifinal no Star Contender em Ljubljana. Além disso, em setembro, levou o tricampeonato do torneio Pan-Americano específico do tênis de mesa.
—Tive altos e baixos neste ano, mas, quando tive altos, foram altos mesmo. Para mim, é melhor ganhar alguns torneios e pontuar bem do que ser regular em posições intermediárias — comenta Calderano, que admite o favoritismo individual e por equipes no Pan, mas faz uma ressalva sobre a dupla com o amigo Vitor Ishiy.
É que eles não jogam juntos desde o juvenil, há cerca de dez anos. Há duas semanas, entraram em uma competição para testar. Além disso, Calderano não compete em duplas desde o Pan de 2019, quando atuou ao lado de Gustavo Tsuboi. O Brasil venceu cinco das últimas sete edições.
Vitor, que já jogou Olimpíada e foi campeão sul-americano, estreia em Jogos Pan-Americanos. Esta edição lhe traz situações especiais: além de atuar ao lado de Calderano, sua esposa, Nicol, é chilena e estará na torcida na arquibancada.
—Quero desfrutar. Será um grande momento para mim. Jogar ao lado do Calderano será muito especial, porque ele é meu melhor amigo. Vou em busca do maior número de medalhas possível — projeta.
Vitor, 97º do mundo, também atuará ao lado de Bruna Takahashi, destaque do país no feminino. O Pan classifica a melhor dupla mista para Paris-2024. O Brasil já tem vaga por equipes e individual em ambos os naipes.
Bruna lembra que a dupla não se classificou para a Olimpíada de Tóquio-2020, mas teve bons resultados de lá para cá, com três títulos pan-americanos da modalidade. Ela é a atual número 24 do ranking e busca seu primeiro ouro em Pans.
Além da dupla mista, Bruna jogará ao lado da irmã caçula Giulia (cuja competição também dará vaga em Paris à parceria campeã) e de Bruna Alexandre, que teve o braço amputado quando era bebê e é a primeira brasileira a disputar o Pan e o Parapan. A equipe feminina está renovada, se comparada ao ciclo olímpico anterior. Jessica Yamada parou para ser mãe, e Luca Kumahar está em processo de transição de gênero para jogar no masculino.
Takahashi explica que teve contusão recente no tríceps e que está voltando “com calma e jogando de forma inteligente”. Conta que recentemente no Pan-Americano da modalidade, em Cuba, quando o Brasil foi prata e conquistou vaga para Paris-2024, jogou 21 partidas em seis dias:
— Foi loucura, mas a gente precisava se classificar.
A modalidade estreia hoje, com a disputa de duplas. No total, serão sete eventos valendo medalhas, sendo dois individuais, três de duplas e dois por equipes.
*A repórter viaja a convite da Panam
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