Internacional
Harari e outras 90 personalidades criticam, em manifesto, 'indiferença' da esquerda às 'atrocidades' do Hamas
Tios do autor viviam em um dos kibutz alvo de ataque do Hamas

O historiador israelense Yuval Noah Harari assinou ao lado de outros acadêmicos e ativistas pela paz do país, um manifesto que critica o que chama de “indiferença” de alguns progressistas americanos e europeus em relação ao que classificou como “atrocidades do Hamas” em seu país. O autor do best-seller Sapiens acusa essas de terem “extrema insensibilidade moral” e de trair a política de esquerda.
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Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Harari afirmou que juntou-se a 90 outros signatários de uma declaração que expressava consternação com “elementos dentro da esquerda global [...] até agora, os nossos parceiros políticos”, que tinham, ocasionalmente, “justificado as ações do Hamas”.
A tia e o tio de Harari viviam num dos kibutzim alvo do Hamas em ataques que mataram mais de 1.400 pessoas e fizeram mais de 220 reféns. Eles sobreviveram depois de se esconderem, enquanto homens armados iam de casa em casa matando vizinhos, segundo o Guardian.
Harari contou que foi “chocante ouvir algumas das respostas que não apenas não condenaram o Hamas, mas colocaram toda a responsabilidade sobre Israel”. Ele também destacou o que chamou de “falta de solidariedade em relação aos horríveis ataques contra civis israelenses”.
“Nunca imaginamos que indivíduos da esquerda, defensores da igualdade, liberdade, justiça e bem-estar, revelassem tamanha insensibilidade moral e imprudência política. [...] Não há contradição entre opor-se firmemente à subjugação e ocupação israelita dos palestinianos e condenar inequivocamente atos brutais de violência contra civis inocentes. Na verdade, todo esquerdista consistente deve manter ambas as posições simultaneamente”, disse.
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Ao Guardian, Harari também citou uma declaração de 30 grupos de estudantes de Harvard, emitida no dia seguinte aos ataques, afirmando que eles consideravam “o regime israelense inteiramente responsável por toda a violência que se desenrolava”. Ele afirmou que isso sugeriria que “as pessoas que assassinaram bebês não têm nem 1% de responsabilidade, e 100% de responsabilidade recai sobre Israel”.
“[Mas] a realidade é complexa”, disse ele. “As mesmas pessoas podem ser vítimas e perpetradores ao mesmo tempo. Na maioria dos conflitos, a culpa pelos crimes e atrocidades não é partilhada 100%/0%, mas algures no meio. Isso é bastante banal, mas ainda assim as pessoas acham difícil aceitar isso.”
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