Esportes
Rebeca Andrade estreia como grande estrela no Pan e busca ouro inédito
Fora das edições de 2015 e 2019 por contusão, a ginasta é a atleta mais badalada da competição; neste domingo sairá a medalha por equipes da ginástica artística

Rebeca Andrade, uma das embaixadoras dos Jogos Pan-americanos de Santiago e que vive grande fase na ginástica artística, estreia na competição em busca de pódios inéditos na carreira. A brasileira que gosta de dizer que fez o caminho inverso, ao colecionar medalhas em Olimpíada e Mundiais, nunca disputou Jogos Pan-americanos. E ela entra na competição com tudo, após conquistar cinco medalhas, sendo uma de ouro, três de pratas e uma de bronze no último Mundial, na Bélgica, e de ter sido coroada pela supercampeã Simone Biles.
As classificatórias começam às 12h30 (de Brasília), no Centro de Desportes Colectivos, na área do Estádio Nacional. O Brasil se apresentará na última qualificação, às 18h. Neste domingo, a premiação será por equipes.
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Durante o Mundial, em que Rebeca e Biles se enfrentaram pela primeira vez em condições similares na busca por títulos, a americana fez um gesto marcante que circulou na internet: ela simulou uma "passagem de coroa", colocando o objeto imaginário na cabeça da brasileira. Depois da competição, ambas comemoraram juntas os dez pódios na competição.
— Acho que foi um gesto bonito porque elas começaram a competir bem próximas. A Biles a reconhece como uma concorrente forte — opina Francisco Porath Neto, o Chico, técnico da seleção feminina. — Rebeca e Biles estão no mesmo ciclo, devem ter o mesmo tempo de carreira. Mas, Rebeca tem algumas restrições de treinamento. E Biles, não.
Exatamente por isso, em Santiago, Rebeca disputará três aparelhos: barras assimétricas, salto e trave. Ficará fora do solo, prova em que foi medalha de prata no último Mundial, com coreografia nova. É que o solo é muito desgastante para a atleta, principalmente para o tornozelo e joelho.
Com isso, ela também não disputará o título do individual geral. Brigará por quatro medalhas, incluindo a por equipes. Ao lado dela, estão no Chile: Jade Barbosa, Flavia Saraiva, Júlia Soares e Carolynne Pedro.
— Ela está fazendo um ano brilhante e mesmo após o Mundial, não abriu mão de vir para o Pan. Será apenas poupada de competir em tudo — comemora Ney Wilson, diretor de Alto Rendimento do Comitê Olímpico do Brasil (COB). — Acredito que ela tem todas as possibilidades de repetir os feitos do Mundial no Pan e em Paris. Ela é uma atleta que está muito focada na Olimpíada.
Os Estados Unidos, sem Biles, será liderado por Jordan Chiles, que não conseguiu vaga na seleção americana para o Mundial da Antuérpia. Ela foi campeã do mundo e vice-campeã olímpica por equipes e também prata no solo e salto na Copa do Mundo de Liverpool. Jordan foi quem substituiu Biles, sua grande amiga e parceira de treinos, quando a multicampeã decidiu deixar a competição por equipes nos Jogos de Tóquio 2020, e ajudou as americanas a conquistar a medalha de prata.
Em Lima-2019, a seleção brasileira foi terceira colocada, com três bronzes (equipe, individual completo e solo), atrás de Estados Unidos e Canadá.
Rosto conhecido
Rebeca é, sem dúvida, a atleta mais badalada em Santiago. Seu rosto já estampava cartazes do Pan, espalhados pela capital chilena, quando ela brilhou no Mundial da Antuérpia. Nesta competição, a equipe do Brasil foi prata, atrás apenas dos EUA, e conquistou vaga para os Jogos de Paris.
Para o treinador, a Rebeca tem lidado muito bem com essa fase áurea. Disse que ela tem sido assediada na Vila Pan-americana, mas que a atleta reage bem ao fato de ter o "rosto cada vez mais conhecido". E disse acreditar que ela não se sente pressionada a ter resultados no Chile, uma vez que a competição é considerava mais fácil que Olimpíada e Mundial.
— A Rebeca lida muito bem com tudo isso, tira de letra. Como esse é o primeiro Pan, ela está curtindo e está aproveitando a competição — garante ele, que destaca o amadurecimento da atleta, ao afirmar que está "cada vez mais fácil entrar com ela em uma competição". — Ela não se sente pressionada. Além disso, os Estados Unidos são os favoritos. Eles não têm equipe B. São umas quatro equipes A, todas as atletas são do mesmo nível e competitivas. Nós faremos o melhor, queremos pódio, se será ouro, prata ou bronze...
Sebastian Pereira, gerente de alto rendimento do COB e ex-atleta do judô, afirma que Rebeca já pensa em Paris e que sua presença na modalidade tem ajudado no desenvolvimento das demais meninas. Ele diz que "sente prazer" em trabalhar com Rebeca, uma vez que ela e suas companheiras estão extremamente focadas e felizes.
— Ela é uma atleta completa e extremamente madura, uma das grandes estrelas do Brasil. Representa tanto... a perseverança, a mulher negra vencedora. Rebeca passa muita confiança para as ginastas. É uma atleta exemplar e é muito gostoso trabalhar com atletas assim — elogia o dirigente. — Claro que ela e nós já pensamos em Paris.
*A repórter viaja a convite da Panam Sports
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