Internacional

ONU cogita fazer investigação própria sobre explosão em hospital de Gaza

Martin Griffiths, subsecretário-geral das Nações Unidas, disse que a apuração 'deve ser iniciada em breve'; destruição de unidade de saúde causou guerra de versões entre Hamas e Israel

Agência O Globo - 18/10/2023
ONU cogita fazer investigação própria sobre explosão em hospital de Gaza
onu - Foto: onu news- Divulgação

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, disse nesta quarta-feira que as Nações Unidas cogitam realizar uma investigação própria sobre o bombardeio no Hospital Árabe al-Ahli. A explosão deixou centenas de mortos, na véspera, e provocou o acirramento de uma guerra de versões, com o Hamas acusando Israel, que por sua vez responsabilizou o grupo extremista Jihad Islâmica, aliado do Hamas.

— A ONU certamente vai querer fazer a sua própria investigação… E isso deve ser feito muito em breve e muito rapidamente — afirmou o subsecretário-geral.

Griffiths argumentou que uma investigação da ONU proporcionaria o aprendizado de lições importantes "para impedir que isso aconteça no próximo hospital, na próxima escola, na próxima instituição para onde as pessoas estejam fugindo".

Nesta quarta-feira, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que referendou a versão israelense sobre a explosão. O governo de Israel sustenta que não teve nada a ver com a destruição da unidade de saúde.

— Com base no que vi, parece que foi feito pelo outro time, e não por você — disse Biden, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv.

As evidências coletadas pela inteligência americana incluem dados de satélite e outros dados infravermelhos que mostram o lançamento de um foguete ou míssil a partir de posições de combatentes palestinos em Gaza, disseram autoridades dos EUA.

O Hamas, por sua vez, culpou Israel pela explosão. O Ministério das Relações Exteriores palestino afirmou por meio de nota que o ataque ao Hospital Árabe al-Ahli foi um "massacre a sangue frio". O bombardeio, conforme o comunicado, "permanecerá para sempre uma mancha na consciência da humanidade que tem testemunhado os horrores cometidos contra o povo palestino sem tomar medidas para impedi-los".