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A boca fala daquilo que o coração está cheio
Existem passagens na vida que tornam-se inesquecíveis, pois guardadas que estão nas simbólicas prateleiras das lembranças, muitas não somente continuam a me fascinar, como balizar o comportamento.
Recordo quando certa vez em aula de religião, o Irmão Marista Colares, escreveu no quadro da sala a seguinte sentença: “A boca fala daquilo que o coração está cheio”. (Mt 15,18). Para muitos, nada mais que rabiscos feitos a giz, para mim, tornou-se lema.
Os homens das cavernas com seu cérebro rudimentar, interagiam através de movimentos, gritos e grunhidos. Com o tempo, tais métodos foram tornaram-se mais claros e evoluídos, facilitando o contato não só com integrantes da mesma tribo, mas entre comunidades diferentes.
Decorrendo os séculos, forte inovação nos modelos de comunicação, fez com que a humanidade passasse a viver de modo renovado, onde fronteiras físicas deixaram de ser obstáculos ao relacionamento constante entre povos.
Na atualidade, estilos até anos atrás impensáveis, passaram a fazer parte do cotidiano, contudo voz e gesto, continuam sendo vitais como fontes de convencimento para o orador, que por sua vez deve falar de forma simples, descomplicada, tão direta quanto envolvente, buscando conquistar o público, trazendo-o para si.
A gesticulação, mesmo sendo a primeira forma de interação, com o aparecimento da palavra falada, foi tornando-se ferramenta secundária, apesar de permanecer como complemento da expressão, devendo ser coerente com o conteúdo da mensagem.
Nessa linha de raciocínio, a linguagem corporal, representada por detalhes de postura, que tornam a apresentação mais efetiva, passou a ser preponderante, uma vez que dominando-a com expertise, mais facilmente o objetivo da oratória será alcançado.
O grande orador, precisa mergulhar em seus textos, mas também conhecer escritos consideradas vibrantes, tanto por seu conteúdo quanto sua relevância. Pronunciamentos famosos, que levantaram corações nos tempos obscuros, deram esperança ao desespero, refinaram personagens de homens, inspiraram provas valentes, trouxeram coragem aos cansados, homenagearam mortos e mudaram o curso da história.
Winston Churchil conquistou de vez os britânicos quando durante a segunda guerra mundial, assim falou: “Não tenho nada a oferecer senão sangue, trabalho árduo, suor e lágrimas”.
Barack Obama, com seu histórico: “Yes we can”, passou a ser aclamado como grande orador, possuidor de firmeza e objetividade, costumando atuar como maestro em suas elocuções verbais, coordenando conteúdo, expressividade e pausas, com elegância e plasticidade.
Sou daqueles que entendem, o discurso carecer fazer sentido e demonstrar coerência, pois assim transmitirá sinceridade e emoção, fatores que ajudarão a arrebatar a plateia, transformando a apresentação em evento não somente cativante, como memorável.
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