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'A gente imaginou o pior', diz atleta brasileiro do tênis em cadeira de rodas que está no aeroporto de Tel Aviv, em meio a ataques

Três tenistas do Brasil que iam competir em torneio chegaram a Israel pouco antes do início da ofensiva do Hamas contra Israel

Agência O Globo - 07/10/2023
'A gente imaginou o pior', diz atleta brasileiro do tênis em cadeira de rodas que está no aeroporto de Tel Aviv, em meio a ataques

Três atletas brasileiros do tênis em cadeira de rodas viveram momentos de desespero no aeroporto internacional de Tel Aviv, neste sábado, durante os ataques do grupo palestino Hamas a Israel. Daniel Rodrigues, Ymanitu Silva e Leandro Pena chegaram à cidade na madrugada no horário local, para disputar o torneio Israel Open, que vale pontos para as Paralimpíadas de 2024. Poucas horas depois, tiveram que voltar às pressas para o aeroporto na tentativa de retornar ao Brasil.

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— A gente ficou desesperado. E a melhor solução naquele momento era trocar o voo para casa. A Confederação [Brasileira de Tênis] conseguiu comprar uma nova passagem para a gente no voo das 22h, só que passou um tempo eles cancelaram — contou o atleta.

Daniel lembra de ouvir o som de explosões durante o café da manhã no hotel, mas não imaginou que fossem ataques. Logo depois, eles receberam a mensagem da organização do torneio cancelando o evento. No aeroporto, os atletas viveram momentos de desespero, por volta de 21h em Tel Aviv [15h em Brasília], quando foi dado um alerta para que todos corressem para um abrigo subterrâneo do prédio, diante do risco iminente de um ataque com mísseis. Segundo Daniel, o local não tinha acesso para pessoas em cadeiras de rodas.

— Eles pediram para a gente correr, foi assustador. Mandaram descer como se fosse um porão do aeroporto, para se esconder. A gente ficou na porta, né. Porque todo mundo correu e são escadas para baixo — lembrou Daniel.

A CNN mostrou imagens de passageiros deitados na pista do aeroporto tentando se proteger. Segundo o repórter da rede Nic Robertson, era possível ouvir o som de mísseis sendo interceptados.

— E para mim foi assustador, e os meus amigos, porque a gente entendeu que eles [Hamas], tinham entrado no aeroporto, para atacar aqui com bomba, alguma coisa assim. Todo mudo começou a correr, querendo correr com as malas e o segurança gritando ‘sem mala, sem mala’, mandando correr. Naquele momento que a gente imaginou o pior, essa é a verdade. Naquele momento já imaginamos que uma coisa muito ruim estava para acontecer — disse o atleta.

Os atletas agora aguardam em uma longa fila na tentativa de embarcar em um voo para a Turquia, no caminho de volta ao Brasil.

— Vamos passar [a noite no aeroporto], isso com certeza. Eles falam que o aeroporto é o lugar mais seguro até o momento, que depois dessa tentativa de ataque ao aeroporto eles reforçaram muito a segurança.