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Veterano do Wagner e 'Herói da Rússia': Quem é o 'Grisalho' que Putin integrou ao governo para recrutar voluntários de guerra

Andrey Troshev, conhecido pelo codinome 'Sedoi' [Grisalho, em russo], é militar reformado e fundador do grupo paramilitar que era chefiado por Yevgeny Prigojin,

Agência O Globo - 29/09/2023
Veterano do Wagner e 'Herói da Rússia': Quem é o 'Grisalho' que Putin integrou ao governo para recrutar voluntários de guerra
Vladimir Putin - Foto: Sputnik/Pavel Bednyakov/REUTERS Fonte: Agência Brasil

O veterano do Grupo Wagner convidado pelo presidente russo para atuar no Ministério da Defesa como coordenador do recrutamento de voluntários para a guerra na Ucrânia já era apontado, há meses, como o preferido de Vladimir Putin para substituir Yevgeny Prigoji, o líder dos paramilitares morto em agosto na queda de um avião entre Moscou e São Petersburgo. Andrey Troshev — conhecido pelo codinome “Sedoi” [Grisalho, em russo] — é coronel reformado das forças russas e veterano de diversas guerras, experiente e condecorado pela bravura no Afeganistão, de acordo com diversos veículos de mídia internacionais.

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Há poucas informações oficiais sobre ele. De acordo com fontes russas ouvidas pela agência de notícias Reuters, Troshev nasceu em Leningrado — nome soviético da cidade de São Petersburgo — em 1962. A mesma agência informou que documentos da União Europeia [UE] mencionam 1953 como o ano de nascimento dele.

A Reuters também apurou que ele foi combatente das então forças soviéticas que lutaram no Afeganistão, na década de 1980, quando foi homenageado duas vezes pela bravura com a medalha da Ordem da Estrela Vermelha. Após a queda da União Soviética, em 1991, Troshev lutou no norte do Cáucaso, junto ao Exército russo. O veterano da guerra na Chechênia foi ainda comandante de um batalhão especial de reação rápida do Ministério do Interior russo.

Documentos da União Europeia [UE] indicam que ele comandou as missões do Wagner na Síria, em apoio ao regime do ditador Bashar al-Assad, após o levante da Primavera Árabe em 2011. Em 2016, ganhou a medalha mais importante do país, de Heroi da Rússia, pelo ataque à Palmira, uma das batalhas mais sangrentas da guerra síria.

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De acordo com a CNN, Troshev aparece em documentos sobre sanções aplicadas pela UE a pessoas ligadas ao regime de Putin. Em um deles, o mercenário é descrito como “diretor-executivo” e fundador do Wagner. “Andrey Troshev se envolveu diretamente nas operações militares do Wagner na Síria”, registra o documento, que ainda completa que “esteve particularmente envolvido na área de Deir al-Zoir. Desse modo, ele oferece contribuição crucial para os esforços de guerra de Bashar al-Assad"

Preferido de Putin

Em julho, Putin já havia manifestado a preferência por "Sedoi" para ocupar o lugar de Prigojin, transformado de aliado em rival após o motim dos mercenários contra a alta cúpula da Defesa russa, em junho. Na época, a CNN publicou que o jornal Kommersant divulgou declarações do presidente russo durante uma reunião, cinco dias depois da rebelião, em que participaram o próprio Prigojin e outros integrantes de alto escalão do Wagner. Na ocasião, segundo o jornal, Putin sugeriu a manutenção das operações do Wagner sob o comando de Troshev. O presidente russo teria dito que “Sedoi vinha sendo o verdadeiro comandante do Wagner”.

Nesta sexta-feira, o Kremlin informou que Putin pediu a Troshev para coordenar o treinamento de voluntários para lutar na Ucrânia. O governo russo também divulgou que ele agora trabalha para o Ministério da Defesa.

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"Durante a última reunião, conversamos sobre o fato de que estará envolvido na formação de unidades capazes de executar diversas missões de combate, principalmente, é claro, na zona da 'operação militar especial' na Ucrânia", disse Putin a Troshev, em reunião na quinta-feira, segundo um comunicado do Kremlin divulgado nesta sexta.

Putin destacou ainda que ele tem experiência para coordenar esse tipo de missão, sem mencionar o nome do Grupo Wagner. O vice-ministro da Defesa, Yunus-Bek Yevkurov, também participou da reunião, que teve as imagens divulgadas pelo Kremlin, em uma sinalização clara da intenção de assumir o controle sobre as operações dos paramilitares.