Internacional
Morre senadora e líder feminista democrata Dianne Feinstein aos 90
Eleita pelo estado da Califórnia, Feinstein era o membro mais antigo do Senado, com três décadas de trabalho. Seu ingresso no Capitólio marcou o pioneirismo feminino na política americana
A senadora democrata Dianne Feinstein morreu na quinta-feira à noite, aos 90 anos, informou a mídia americana nesta sexta-feira, segundo uma fonte familiar. Foram três décadas de trabalho no Capitólio, que a consagraram como membro mais antigo do Congresso. Feinteisn também foi a primeira senadora eleita pelo estado da Califórnia e também a quem o representou por mais tempo. Sua trajetória marcou importantes avanços para as mulheres na política americana.
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Nos últimos anos, a californiana padecia com a saúde frágil e problemas de memória, o que a levaram a usar uma cadeira de rodas e aumentava a especulação sobre sua aposentadoria.
Em fevereiro, ela já havia anunciado que não concorreria à reeleição em 2024, afirmando à CNN que “chegou a hora”. No mesmo mês, Feinstein, então com 89 anos, foi diagnosticada com herpes zoster.
A democrata precisou ficar hospitalizada (o que a afastou brevemente de suas atribuições no Senado) e, durante sua recuperação, teve diversas complicações, incluindo a evolução do quadro para a chamada síndrome de Ramsay Hunt.
Poucos meses depois, em agosto, a senadora teve uma queda e precisou ser afastada novamente do Capitólio por um breve período.
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A clareza mental e a capacidade de liderança da veterana também foi fortemente questionada, o que foi prontamente rebatido na época: “A verdadeira questão é se eu ainda sou uma representante eficaz para 40 milhões de californianos, e o registro mostra que sou”, citou a reportagem.
Carreia política
Feinstein dedicou um terço de sua vida ao Senado. Foi eleita em 1992, empossada logo após a eleição e apenas dois meses antes de Barbara Boxer, o que levou a Califórnia a ter duas senadoras, no que ficou conhecido como "O ano da mulher".
Um ano depois, junto com a senadora Carol Moseley Braun, do estado de Illinois, foi indicada para o Comitê de Judiciário, que lhe conferiu certa influência significativa sobre as futuras indicações para a Suprema Corte.
Foi também a democrata que, ainda no início da década dos anos 1990, redigiu um projeto de lei para proibir as armas de assalto, após uma onda de tiroteios nos últimos cinco anos. A proposta, que ficou conhecida como "Proibição Federal de Armas de Assalto", foi aprovada por 91 votos, com a concessão de que deveria ser renovado em 2004, o que não aconteceu.
Recentemente, em 2022, Feinstein e outros democratas tentaram renovar a proibição, mas não conseguiram.
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A senadora integrava também o Comitê de Inteligência do Senado e, posteriormente, tornou-se presidente da comissão. Enquanto ocupante do cargo, Feinstein iniciou uma investigação que acabaria por revelar aos membros do comitê, em 2009, através de um extenso relatório, táticas de tortura usadas por agentes da Central de Inteligência Americana (CIA, na sigla em inglês).
Das mais de 6 mil páginas, um sumário executivo com 500 páginas veio à público em 2014, apesar da intensa campanha da CIA para enfraquecê-lo, apresentando uma acusação mais abrangente da agência e do tratamento usado contra suspeitos de terrorismo nos anos após o atentado às Torres Gêmeas, em 11 de setembro.
Antes do Senado, a californiana consolidou-se politicamente ainda em sua cidade natal, São Francisco, onde começou como supervisora do condado e, em 1978, elegeu-se como prefeita.
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