Internacional
Brasil assume presidência do Conselho de Segurança da ONU neste domingo
Mandato do Brasil como membro não permanente termina no fim deste ano. Atuação brasileira pode ser um teste para sua candidatura a vaga permanente
O Brasil assume, neste domingo, pela décima-primeira vez, a presidência do Conselho de Segurança da ONU. O país foi eleito como membro não permanente do órgão para um mandato de dois anos, que termina no fim de dezembro de 2023.
A capacidade de construir consensos e a busca de uma atuação produtiva e ativa será importante para que o Brasil consiga se apresentar como candidato a uma vaga permamente no órgão. Mas os debates sobre reforma do Conselho de Segurança ocorrem no âmbito da Assembleia Geral
— Não deixa de ser um teste para o Brasil — disse o secretário de Assuntos Multilaterais e Políticos do Itamaraty, Carlos Márcio Cosendey.
Atualmente, o Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes e com direito a veto (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) e dez membros rotativos. Depois do Japão, o Brasil foi o país que mais foi eleito para a categoria de não permanente. Ou seja, ficou 22 anos como integrante do conselho.
As discussões sobre a reforma do Conselho de Segurança acontecem há cerca de 20 anos, mas até o momento não houve avanços. Brasil, Índia, Japão e Alemanha são exemplos de países com interesse em fazer parte do grupo de permanentes.
Com a inoperância do conselho para resolver a guerra na Ucrânia, o órgão passou a ser duramente criticado, principalmente por países em desenvolvimento. A reforma na ONU abrangeria tanto o aumento de membros permanentes como de não permanentes.
Segundo Cosendey, a agenda de outubro terá uma série de eventos, com reuniões abertas e fechadas. Alguns eventos serão presididos pelo chanceler Mauro Vieira, entre os quais uma discussão sobre como prevenir conflitos e a questão da Palestina.
A crise em vários países do continente africano e a situação na Colômbia e no Haiti são outros assuntos a serem tratados em outubro. A guerra na Ucrânia também é um que deverá entrar na pauta. O Brasil condenou a invasão do país do Leste Europeu pela Rússia, mas não concorda com sanções unilaterais contra os russos, aplicadas por algumas nações ocidentais, como EUA e os integrantes da União Europeia.
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