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Agência O Globo - 28/09/2023
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Carol Knoploch - Foto: Twitter - @carol_knoploch

Com o objetivo de garantir à seleção americana de ginástica artística o sétimo título mundial consecutivo de equipes, Simone Biles e Shilese Jones tentarão executar elementos originais no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, a partir deste sábado na Antuérpia. Esses elementos, se executados à perfeição, ganharão o nome das ginastas no Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG). O Mundial começa com a disputa masculina a partir de sábado. Na segunda as mulheres entram em ação.

O Mundial é o último classificatório para as equipes aos Jogos de Paris. E a seleção americana já tem vaga assegurada na competição de 2024, assim como Grã-Bretanha e Canadá. Ao todo, mais de 450 ginastas e ginastas são esperados em Antuérpia, disputando 128 cobiçados ingressos para as Olimpíadas (equipe e individual).

Após dois anos longe, Biles retornou às competições em 5 de agosto, no campeonato dos EUA, em Chicago. Na ocasião, ela disse que estava "tentando dar um passo de cada vez". Desde 2013, conquistou 32 medalhas em campeonatos mundiais (25) e olímpicos (sete), mesmo depois de se retirar da maioria das provas nos Jogos de Tóquio, para preservar sua saúde mental. Biles também não competiu no último Mundial, em Liverpool.

O retorno em casa rendeu a Biles mais um título do individual geral e a quebra de um recorde de 90 anos, ao se tornar a primeira pessoa norte-americana, mulher ou homem, a vencer oito títulos nacionais de ginástica (no individual geral). E, aos 26 anos, é a mulher mais velha a vencer o evento.

Na Bélgica

Para ter um novo elemento nomeado em sua homenagem no Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica, uma ginasta deve primeiro submetê-lo à avaliação do Comitê Técnico da FIG e, em seguida, executá-lo sem queda em uma competição internacional de prestígio, como o Campeonato Mundial.

Biles submeteu o salto duplo de Yurchenko (Yurchenko com duplo mortal carpado) que já realizou várias vezes em âmbito nacional em 2021 e 2023, que será denominado Biles II no aparelho se ela o fizer sem cair em Antuérpia (em um primeiro momento, Biles tentaria executá-lo nos Jogos de Tóquio). Essa manobra envolve um salto apoiando-se sobre as mãos, de costas, no cavalo, e impulsionando o corpo a uma altitude suficiente para completar dois giros com o corpo dobrado e as pernas esticadas. Difícil e perigoso.

Avaliado em 6,4 pontos pela comissão técnica, antes da sua realização no Campeonato Mundial, o salto duplo de Yurchenko será o salto mais difícil do Código de Pontuação feminino. Mesmo assim, Biles considerou a pontuação fraca, um a vez que esperava mais. Ele será o Billes II, uma vez que a atleta já tem um elemento com seu nome (Biles I, hoje o mais valioso no aparelho).

Jones, que foi prata no individual geral no Mundial de 2022, atrás de Rebeca Andrade, espera estabelecer um giro triplo com a perna mantida na horizontal no exercício de solo. Ela o executou pela primeira vez no solo no Campeonato dos EUA do mês passado. Ela concorrerá por batizar o elemento com a japonesa Hatakeda Chiaki, que também o apresentou ao Comitê Técnico.