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Australiano é condenado a compensar polícia por forjar próprio sequestro para passar o Ano Novo com outra mulher

Paul Iera, de 35 anos, alegou ter sido raptado por 'homens desconhecidos do oriente médio'. Parceira do réu recebeu mensagens dos supostos sequestradores informando que Iera só seria solto na 'manhã seguinte'

Agência O Globo - 28/09/2023
Australiano é condenado a compensar polícia por forjar próprio sequestro para passar o Ano Novo com outra mulher

Um homem australiano, identificado como Paul Iera, de 35 anos, terá que compensar a polícia de Nova Gales do Sul (NSW, na sigla em inglês) em pouco mais de US$ 10 mil por ter mobilizado mais de 200 horas da corporação em um caso de sequestro falso — o que, para o juiz da cidade, Michael Ong, foi “motivado pela razão menos convincente com a qual ele já cruzou”, informou a BBC News. Iera, que mora em Wollongong, queria passar a festa de Réveillon com outra mulher, em vez da sua esposa

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O homem teria saído de casa por volta de 23h45 do dia 31 de dezembro alegando à parceira, que não teve a identidade revelada, que iria encontrar um “cara do financeiro”, informou o jornal Daily Mail. Poucas horas depois, segundo a reportagem, a mulher recebeu mensagens de uma pessoa que afirmava ter sequestrado Iera.

Do outro lado da tela, organizando e enviando os textos, estavam o próprio Iera e a outra mulher, que se tratava de uma trabalhadora do sexo. Na mensagem, o casal agradece por ter “enviado Paul” e disse que ele seria mantido como refém “até de manhã”.

Como resgate, deveria ser entregue a motocicleta antiga do homem, avaliada em US$ 7 mil. A mensagem também informava que ninguém machucaria a suposta vítima: “dou a minha palavra”, escreveu o falso sequestrador.

Preocupada com a segurança do parceiro, a mulher entrou imediatamente em contato com a polícia, que encontrou o agora réu dentro da sua van, em sua cidade natal Dapto, na manhã seguinte. À polícia, segundo o jornal britânico, o homem alegou que havia sido sequestrado por “homens desconhecidos do Oriente Médio”.

A mentira foi descoberta 12 dias depois, após a polícia, a partir de imagens de câmeras de segurança, ter visto Ieran com a trabalhadora do sexo. O caso mobilizou 200 horas do trabalho da polícia de NSW, além de US$ 16,2 em gastos com salários e para obtenção de conversas telefônicas gravadas, segundo a mídia local, citada pela BBC.

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Iera foi preso em janeiro, acusado de falsa acusação com a intenção de culpar outra pessoa, informou o jornal britânico. A pena para este tipo de crime é de 7 anos de prisão. Ele ainda foi declarado culpado em outras três acusações: porte ilegal de armas, uso de arma proibida sem licença e munição sem licença.

Apesar de ter conseguido evitar a pena, o homem foi condenado a cumprir três anos de ordem de correção comunitária (CCO, na sigla em inglês) e 350 horas de serviço comunitário, além da compensação à polícia, no valor de US$ 10,3 mil.

O advogado de defesa de Iera, Abbas Soukie, disse estar “satisfeito” por ter evitado a prisão de seu cliente, de acordo com o jornal local, citado pela BBC. Ele também informou que o réu registrou um “tremendo progresso na reabilitação” desde o crime e que, além de continuar contando com o “apoio da família e da mulher”, ele deseja “seguir em frente com sua vida”.