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Johnny Hooker rebate fala de prefeito após cancelamento de show em Boa Vista (RR): 'Intolerância com a diversidade'
Artista diz que avalia medidas cabíveis com advogados; em vídeo na web, político Arthur Henriques pediu veto à apresentação após reação de internautas por vídeo em que cantor defendia peça com Jesus interpretado por mulher trans

O cantor Johnny Hooker usou as redes sociais para rebater a fala do prefeito Arthur Henrique (MDB), de Boa Vista (RR), e denunciar um caso de homofobia e LGBTfobia no cancelamento do show que ele faria no festival Mormaço Cultural. Os nomes para o evento foram escolhidos por meio de manifestações do público nas redes sociais. O artista se apresentaria no próximo sábado (30), mas políticos locais passaram a compartilhar vídeos de uma apresentação de 2018 em que o cantor protestava contra o veto a uma peça teatral em que Jesus era interpretado por uma mulher trans.
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"Jesus é travesti, sim. Jesus é transexual, sim. Jesus é bicha, sim", disse o cantor, na época, em defesa da peça "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu", com a atriz Renata Carvalho no papel principal.
Alguns internautas foram às redes da prefeitura de Boa Vista cobrar o cancelamento do show de Johnny Hooker — que, segundo eles, desejaria "o fim da família tradicional" e teria ofendido cristãos.
Com a repercussão, o prefeito Arthur Henrique publicou um vídeo no Instagram em que citava que "uma das atrações foi desaprovada por muitas pessoas" e confirmava a determinação para que a Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (Fetec) vetasse o show.
— Eu quero pedir desculpas, respeito é algo que eu não abro mão, todos sabem dos meus princípios e dos meus valores, e como prefeito sempre vou fazer o melhor pelas pessoas e pela cidade de Boa Vista. De imediato, iniciamos as tratativas jurídicas e a meu pedido, a Fetec cancelou essa atração do festival — afirmou o político.
O anúncio do cancelamento gerou uma onda de críticas e manifestações de solidariedade a Johnny Hooker. Em vídeo publicado nas redes sociais, no fim desta segunda-feira, o artista classificou o caso como "uma vitória da LGBTfobia, do extremismo religioso e do conservadorismo no Brasil". Ele destacou que a apresentação foi vetada "arbitrariamente" pelo prefeito por "motivo de homofobia e intolerância com a diversidade".
"Um corte de uma fala minha tirada de contexto foi espalhada por extremistas religiosos nas redes sociais. Cabe ressaltar aqui que esse assunto já foi extinto pela justiça brasileira com ganho de causa a mim. ou seja vivem de requentar polemicas atacando a comunidade LGBTQIA+. Eu e minha equipe estamos consternados com essa situação e buscando imediatamente as medidas cabíveis junto aos nossos advogados", ressaltou Hooker, que convocou outros artistas confirmados no Mormaço Cultural, como Duda Beat, Vanessa da Mata e Xamã, a se manifestarem sobre o cancelamento.
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