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O dia em que terroristas explodiram uma escultura de Fernando Botero na Colômbia
Artista plástico colombiano mais conhecido do mundo morreu aos 91 anos nesta sexta-feira; obra permaneceu como lembrete da violência armada no país

Na noite de 10 de junho de 1995, durante o evento social “Cartagena Contigo”, na Colômbia, 10 quilos de dinamite foram detonados, deixando pelo menos 23 mortos e 200 feridos. Naquele dia, a bomba explodiu sobre “O Pássaro”, uma escultura de Fernando Botero, o artista plástico colombiano mais conhecido no mundo, e que morreu aos 91 anos nesta sexta-feira.
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A pedido dele, a obra permaneceu como um lembrete da violência armada na Colômbia. A magia da noite, ambientada pelo som da cultura folclórica local, foi interrompida abruptamente pela explosão. Naquela época, o país passava por uma onda de atentados: a morte de Pablo Escobar havia ocorrido dois anos antes, e cartéis de traficantes e grupos armados buscavam tomar Medellín como um troféu de guerra.
Na tentativa de mudar a imagem da região, Sergio Naranjo, na época prefeito da cidade, organizou uma feira de artesãos no parque San Antonio, uma das construções mais importantes do local naquela ocasião -- justamente porque contava com a escultura de bronze do renomado artista. Ironicamente, “O Pássaro”, um monumento dedicado à paz, tornou-se o epicentro da guerra.
Por volta das 19h30 daquele dia, quando alguns já estavam recolhendo as suas mercadorias, um pacote com 10 quilos de dinamite explodiu sob o pescoço da escultura. O impacto foi tão forte que as quase quatro toneladas de bronze da peça ficaram retorcidas. A explosão causou um apagão na área, o que dificultou a busca por sobreviventes. Hospitais e bancos de sangue ficaram sobrecarregados.
O medo voltou à cidade, e as autoridades foram culpadas por negligência. O atentado foi atribuído a vários grupos armados do país. Alguns disseram que era obra do Cartel de Cali, porque um dia antes haviam capturado Gilberto Rodríguez Orejuela, líder desse grupo de narcotraficantes. Depois, um comunicado da Coordinadora Guerrillera Simón Bolívar reivindicou o ataque.
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O grupo afirmou que o alvo era a escultura que, segundo eles, custou 850 mil dólares e foi financiada pela exploração dos trabalhadores. ntado foi simbólico contra a escultura porque o ministro da Defesa na época era Fernando Botero Zea, filho do artista. Após o incidente, trinta ex-membros das Guerrilhas Populares de Medellín, um grupo armado que havia se desmobilizado, foram presos.
Dias após o ataque terrorista, um atentado contra Horacio Serpa, na época ministro do Interior, e contra o alto comissário para a paz da época, Carlos Holmes Trujillo, foi frustrado. Também houve um atentado contra o líder da empresa metropolitana de Medellín, Alberto Valencia, a quem entregaram um buquê de flores com explosivos.
O ministro da Defesa ofereceu uma recompensa de 500 milhões de pesos por informações que levassem à captura dos responsáveis pelo atentado, mas nunca se soube quem deu a ordem para perpetrar o ato terrorista. Até hoje, apenas o Estado foi condenado pelos acontecimentos e teve que indenizar as famílias das vítimas por negligência nos esquemas de segurança.
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