Economia

Carne bovina ficou 10% mais barata em um ano, em média. Filé-mignon teve queda de 15%

Produtores tentam resgatar consumo pré-pandemia, o que ainda não aconteceu

Agência O Globo - 15/09/2023
Carne bovina ficou 10% mais barata em um ano, em média. Filé-mignon teve queda de 15%
Foto: REUTERS/Paulo Whitaker/direiots reservados Fonte: Agência Brasil

A carne bovina ficou, em média, 9,8% mais barata nos últimos 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Ainda longe de ser uma garantia no prato dos brasileiros, o item viu seu preço cair, em parte, justamente por expectativas de uma recuperação econômica que não se concretizou após o fim da pandemia, avalia o consultor de varejo Marco Quintarelli:

ZapZap do Extra: Receba as principais notícias no seu celular; clique aqui e faça parte da comunidade do Extra

— Os pecuaristas investiram no gado com a expectativa de que após a pandemia o cenário ia melhorar. Mas o brasileiro se endividou muito neste período, e agora tem que primeiro ajustar suas finanças para ter uma vida mais estabilizada. Então, o mercado interno não consome ainda a carne como consumia antes da Covid-19, ou seja, a procura não acompanhou a oferta — diz ele, acrescentando: — Além disso, no início do ano, com a situação muito difícil para alguns produtores de carne, eles abateram muitas vacas, cuja carne é mais barata do que a do boi propriamente.

A boa notícia para os produtores durante estes 12 meses foi a melhora da situação hídrica, explica André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas. Em cadeia, este fato tem permitido diminuir o preço final ao consumidor, para tentar atrai-lo.

— A crise hídrica ficou pra trás. Com isso, as condições de pastagem melhoraram e o gado encontra alimento nela, o que diminui a necessidade de compra de rações e o custo para manter os bois. Mas, precisando comprar ração, também encontrou o preço bem menor, pois a produção de soja e milho, que são a base delas, cresceu — afirma Braz.

Filé-mignon barateou mais

Em um ano, caíram mais ainda preços de cortes de primeira, como o filé-mignon, que ficou 15,09% mais barato. O impacto tem explicação na preferência dos estrangeiros e no orçamento dos brasileiros, afirmam os especialistas.

— A preferência no exterior é por carnes que aqui chamamos "de segunda", por serem mais gordurosas. Então, a exportação delas é sempre maior. E as carnes nobres ficam mais disponíveis para o mercado interno — explica Quintarelli.

Embora o brasileiro prefira as carnes nobres, as dificuldades financeiras ainda o levam a comprar mais as de segunda.

— Por isso, a carne de segunda é mais resistente à queda de preço no Brasil. Mas, é claro, continua muito mais barata do que o filé-mignon — conclui André Braz.

As quedas nos preços, segundo IPCA

Fígado: -11,79%

Cupim: -5,51%

Contrafilé: -10,55%

Alcatra: -12,83%

Patinho: -9,96%

Acém: -11,9%

Capa de filé: -12,66%

Costela: -11,07%

Veja as ofertas dos mercados

Supermercados Guanabara (ofertas desta sexta-feira)

Picanha Friboi Maturatta (kg): R$ 57,98

Contrafilé Friboi: (kg) R$ 29,98

Filé Mignon Do Cheff ou Friboi (cem Cordão) (kg): R$39,98

Filé de Costela Maturatta Friboi (kg): R$ 39,98

Coração da Alcatra Maturatta Friboi (kg): R$ 39,98

Picanha bovina a vácuo Friboi (kg): R$ 49,98

Alcatra com maminha a vácuo Friboi (kg): R$ 26,98

Mercado Extra (ofertas válidas até dia 17)

Filé-mignon (kg): R$ 54,90

Alcatra (kg): R$ 24,98

Fígado (kg): R$ 7,99

Costela (kg): R$ 18,90

Picanha (kg): R$ 49,90

Fraldinha (kg): R$ 25,90