Internacional
Objeto cirúrgico do tamanho de um prato é encontrado em paciente na Nova Zelândia
Instrumento usado em cesarianas, o Alexis (AWR) ficou por um ano e seis meses no corpo da paciente causando dores crônicas. Objeto foi encontrado de maneira acidental durante uma tomografia
Uma mulher neozelandesa, na casa dos 20 anos, reclamava de dores crônicas havia um ano e oito meses, após ter passado por uma cirurgia de cesárea em um hospital de Auckland. As dores eram tão intensas que, certa vez, chegou a parar no pronto-socorro. Para sua surpresa, não era uma doença — mas um instrumento cirúrgico do tamanho de um prato deixado dentro do seu abdômen.
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O instrumento que estava dentro da vítima era um protetor-retrator Alexis (AWR), usado durante o procedimento da cesária, extra grande, desenhado para retrair incisões de até 17 centímetros de diâmetro.
O objeto foi descoberto de maneira acidental durante uma tomografia computadorizada abdominal, relata um documento citado pelo jornal The Guardian do comissário de Saúde e Deficiência da Nova Zelândia, Morag McDowell. A organização busca promover e proteger os direitos das pessoas, conforme estabelecido no Código dos Direitos dos Consumidores de Serviços de Saúde e Deficiência.
A cesária, que ocorreu em 2020, contou com um cirurgião, um escrivão sênior, uma enfermeira instrumental, três enfermeiras circulantes, dois anestesistas, dois técnicos de anestesistas e uma parteira.
O hospital Te Whatu Ora Auckland chegou a alegar, segundo o jornal britânico, que não deixou de exercer quaisquer habilidades e cuidados necessários com a paciente. Contudo, em um relatório, divulgado pelo jornal nesta segunda-feira, McDowell declarou que “este é um evento do tipo ‘nunca’”.
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“Há precedentes substanciais para inferir que, quando um objeto estranho é deixado dentro de um paciente durante a operação, o atendimento ficou abaixo do padrão”, rebateu o comissário em relatório.
Uma enfermeira disse à comissão citada pelo The Guardian que a contagem dos instrumentos não inclui o AWR, possivelmente, “porque o retrator Alexis não adentra completamente o paciente, metade dele precisa ficar para fora. Então, não seria um risco ficar retido”.
Ainda segundo o relatório, o caso é “notavelmente semelhante” a outro caso da mesma casa de saúde, o que levou o documento a aconselhar políticas de contagem mais rígidas e claras.
O diretor de Operações do Grupo Te Whatu Ora da Te Toka Tumai Auckland, Mike Shepherd, pediu desculpas pelo erro através de um comunicado. O responsável reconheceu também o impacto que isso poderá ter na mulher e em sua família.
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O médico disse ainda que, por razões de privacidade, não iria comentar mais detalhes do atendimento individual da paciente, mas que o caso levou o hospital a “revisar os cuidados prestados”, o que “resultou em melhorias nos nossos sistemas e processos que reduzirão a possibilidade de incidentes semelhantes voltarem a acontecer”.
“Reconhecemos as recomendações feitas no relatório do comissário, que implementámos ou estamos a trabalhar para implementar”, concluiu Shepherd, citado pelo The Guardian.
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