Internacional

Objeto cirúrgico do tamanho de um prato é encontrado em paciente na Nova Zelândia

Instrumento usado em cesarianas, o Alexis (AWR) ficou por um ano e seis meses no corpo da paciente causando dores crônicas. Objeto foi encontrado de maneira acidental durante uma tomografia

Agência O Globo - 05/09/2023
Objeto cirúrgico do tamanho de um prato é encontrado em paciente na Nova Zelândia
Foto: Arquivo/Elza Fiúza/Agência Brasil

Uma mulher neozelandesa, na casa dos 20 anos, reclamava de dores crônicas havia um ano e oito meses, após ter passado por uma cirurgia de cesárea em um hospital de Auckland. As dores eram tão intensas que, certa vez, chegou a parar no pronto-socorro. Para sua surpresa, não era uma doença — mas um instrumento cirúrgico do tamanho de um prato deixado dentro do seu abdômen.

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O instrumento que estava dentro da vítima era um protetor-retrator Alexis (AWR), usado durante o procedimento da cesária, extra grande, desenhado para retrair incisões de até 17 centímetros de diâmetro.

O objeto foi descoberto de maneira acidental durante uma tomografia computadorizada abdominal, relata um documento citado pelo jornal The Guardian do comissário de Saúde e Deficiência da Nova Zelândia, Morag McDowell. A organização busca promover e proteger os direitos das pessoas, conforme estabelecido no Código dos Direitos dos Consumidores de Serviços de Saúde e Deficiência.

A cesária, que ocorreu em 2020, contou com um cirurgião, um escrivão sênior, uma enfermeira instrumental, três enfermeiras circulantes, dois anestesistas, dois técnicos de anestesistas e uma parteira.

O hospital Te Whatu Ora Auckland chegou a alegar, segundo o jornal britânico, que não deixou de exercer quaisquer habilidades e cuidados necessários com a paciente. Contudo, em um relatório, divulgado pelo jornal nesta segunda-feira, McDowell declarou que “este é um evento do tipo ‘nunca’”.

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“Há precedentes substanciais para inferir que, quando um objeto estranho é deixado dentro de um paciente durante a operação, o atendimento ficou abaixo do padrão”, rebateu o comissário em relatório.

Uma enfermeira disse à comissão citada pelo The Guardian que a contagem dos instrumentos não inclui o AWR, possivelmente, “porque o retrator Alexis não adentra completamente o paciente, metade dele precisa ficar para fora. Então, não seria um risco ficar retido”.

Ainda segundo o relatório, o caso é “notavelmente semelhante” a outro caso da mesma casa de saúde, o que levou o documento a aconselhar políticas de contagem mais rígidas e claras.

O diretor de Operações do Grupo Te Whatu Ora da Te Toka Tumai Auckland, Mike Shepherd, pediu desculpas pelo erro através de um comunicado. O responsável reconheceu também o impacto que isso poderá ter na mulher e em sua família.

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O médico disse ainda que, por razões de privacidade, não iria comentar mais detalhes do atendimento individual da paciente, mas que o caso levou o hospital a “revisar os cuidados prestados”, o que “resultou em melhorias nos nossos sistemas e processos que reduzirão a possibilidade de incidentes semelhantes voltarem a acontecer”.

“Reconhecemos as recomendações feitas no relatório do comissário, que implementámos ou estamos a trabalhar para implementar”, concluiu Shepherd, citado pelo The Guardian.