Duas pessoas morreram e três estão desaparecidas devido às chuvas torrenciais que atingiram a Espanha, afetada há meses por uma seca histórica, neste fim de semana. O filho de uma das pessoas desaparecidas, um menino de dez anos, conseguiu sobreviver agarrado a uma árvore.

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As tempestades atingiram especialmente as regiões de Madri e de Castela-Mancha, ao sul da capital, onde as chuvas caíram durante a madrugada de domingo para segunda-feira. Ambas as mortes, anunciadas pelo presidente regional de Castela-Mancha, Emiliano García-Page, nas redes sociais, ocorreram na província de Toledo.

"A morte de duas pessoas na província de Toledo, em Casarrubios del Monte e Bargas", escreveu o presidente regional, sem dar mais detalhes. Segundo o jornal El País, as vítimas são dois homens, um de 20 anos e outro por volta de 40 anos.

Na mesma província, as autoridades procuram uma mulher de 54 anos que desapareceu depois de um rio transbordar perto da cidade de Valmojado, disse um porta-voz da Guarda Civil. Um helicóptero foi enviado para socorrer algumas pessoas que se refugiaram nos telhados de suas casas.

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Já na região de Madri, os serviços de emergência tentavam encontrar outras duas pessoas desaparecidas. Uma delas é um idoso de 83 anos que foi arrastado por uma correnteza, e a outra é um homem, cujo veículo ficou preso por um rio que transbordou na cidade de Aldea del Fresno.

O pequeno Ethan, filho da segunda vítima, também estava no veículo e foi resgatado pelos bombeiros após subir em uma árvore, informou o governo da região de Madri. Segundo o jornal El País, o menino voltava com os pais e a irmã de carro para a cidade de Alcorcón por temerem que os rios que circundam a Aldea del Fresno, onde a família tem uma segunda casa, transbordassem.

Ethan estava no banco de trás com a irmã, de 14 anos, quando o carro foi arrastado pela enchente, em uma ponte. A mãe e a irmã, que também estavam com eles, foram resgatadas antes.

— A pobre (criança) passou a noite inteira agarrada em uma árvore — contou a presidente regional de Madri, Isabel Díaz Ayuso, a jornalistas, em visita às zonas afetadas.

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Em Aldea del Fresno, várias pontes ruíram e torrentes de lama provocadas pelo transbordamento do rio arrastaram vários carros, segundo um fotógrafo da AFP.

Cuidado redobrado

O primeiro-ministro Pedro Sánchez apelou aos cidadãos que "continuem agindo com cautela" durante um discurso em um evento público em Madri.

As chuvas torrenciais provocaram a suspensão do tráfego ferroviário em várias regiões, especialmente entre Madri e a Andaluzia, e na costa mediterrânea.

Na cidade de Madri, o mau tempo provocou o fechamento temporário de várias linhas de metrô e de trem. Alguns vídeos que circulam nas redes mostram o momento que um vagão de metrô na cidade é "inundado".

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Embora as chuvas tenham diminuído um pouco nesta segunda-feira, a agência meteorológica estatal manteve sete regiões em alerta amarelo, incluindo Madri, Castilla-La Mancha, Catalunha, Ilhas Baleares e País Basco. As autoridades de Madri pediram à população que trabalhe de forma remota e fique em casa o máximo possível, para evitar deslocamentos na capital.

País europeu na linha da frente do aquecimento global, com 75% do território ameaçado pela desertificação, a Espanha é afetada com frequência por chuvas torrenciais no final do verão e no outono, que provocam transbordamentos repentinos dos rios.

O fenômeno que provoca chuvas e tempestades, denominado Dana (Depressão Isolada em Níveis Altos) pelos meteorologistas, deixou consequências trágicas no passado, como em 2018, quando 13 pessoas morreram em Maiorca, nas Ilhas Baleares.