As Forças Armadas do Gabão, país africano na costa do Atlântico, anunciaram ter tomado o poder nesta quarta-feira (30) e detido o presidente Ali Bongo em prisão domiciliar. Eles questionam o resultado eleitoral de que Bongo tenha conquistado o terceiro mandato, na disputa contra 18 adversários, no último sábado.

Em um anúncio feito pela televisão, os oficiais disseram que anularam as eleições e fecharam as fronteiras. Também foram exibidas imagens de pessoas comemorando nas ruas da capital, Libreville.

O presidente deposto, Ali Bongo, publicou um vídeo horas após ser detido. Ele confirmou a prisão e apelou para a população “fazer barulho” contra a tentativa de golpe.

Bongo assumiu o poder em 2009, no lugar do pai, Omar, que governava o Gabão desde 1967. Uma agitação violenta já havia acontecido nas eleições de 2016 e houve uma tentativa frustrada de golpe em 2019, após o presidente Ali Bongo ter sofrido um derrame.

Os opositores acusam a família de concentrar riqueza da mineração e do petróleo, principal produto nacional. O Gabão é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e tem cerca de 2,3 milhões de habitantes.

Esse é o oitavo golpe na África Ocidental e Central nos últimos três anos. O último, no Níger, ocorreu no mês passado. Militares também tomaram o poder em: Mali, Guiné, Burkina Faso e Chade.

A repercussão internacional chama atenção especialmente na França. A primeira-ministra do país europeu, ex-colonizador do Gabão, disse que a França acompanha a situação de perto.

A França tem cerca de 350 soldados no Gabão e empresas explorando o petróleo e o minério na região. Recentemente, forças francesas foram expulsas do Mali e de Burkina Faso após os outros golpes recentes. Os militares do Níger também revogaram acordos militares com a França.