Quem passa pelo Túnel Rafael Mascarenhas, obra que liga a Gávea, na Zona Sul do Rio, a São Conrado, percebe flores bem cuidadas, logo na entrada. Cissa Guimarães é quem troca os vasos semanalmente. Foi a forma que a atriz encontrou de homenagear o filho, que dá nome ao espaço (antigamente chamado de Túnel Acústico), depois que foi atropelado, há 13 anos. O caso voltou à tona agora que esgotaram os recursos judiciais dos condenados, que podem voltar para a prisão.

"Esse túnel é o lugar que mais me entristece no mundo, mas aqui eu sinto o amor que passam para o meu filho nessas homenagens. Eu venho toda semana aqui, limpo e coloco flores frescas. É a minha atitude para preservar a memória do meu filho", disse Cissa, em uma entrevista ao Extra, em 2011, um ano após a morte do filho.

Cissa compartilhou no Instagram uma reportagem do jornal mineiro "O tempo" sobre a decisão. "Treze anos! E depois de um fim de semana de dor, vem um acalento e a esperança de justiça finalmente. Deslize para ver a foto dos dois que andam foragidos e devem pagar pelos crimes cometidos. Viva Rafa!", escreveu a atriz e apresentadora, que também é mãe de Tomás e João Velho. E compartilhou uma reportagem do "Jornal nacional" para dizer que agora aguarda a expedição dos mandados de prisão.

"Enquanto esperamos os mandados de prisão serem expedidos, celebramos finalmente a condenação dos criminosos 13 anos depois da passagem do Rafa. Esse reels é uma homenagem ao Rafa, com a matéria do Jornal Nacional, com imagens do 'Geléia do Rock' (reality musical que o Rafa estava participando, na banda do Johnny Hooker) e o amor de uma família que sente a falta dele todos os dias, mas que sabe que ele nos olha e abençoa lá de cima. 'O luto é o amor que se recusa a morrer'. A justiça do homem tem que honrar a vida do Rafa. A Justiça Divina certamente já age na vida desses dois aí. Muita luz de Rafa para todos nós. Salve, Rafa. Nosso anjo", escreveu a artista.

A Justiça do Rio de Janeiro ordenou prender Roberto Bussamra e Rafael de Souza Bussamra, condenados pelo envolvimento na morte do seu filho Rafael Mascarenhas, em 2010. O julgamento ocorreu em janeiro de 2015 e eles ficaram presos menos de uma semana. Estão em liberdade desde então, quando um recurso permitiu que a pena fosse convertida em serviços comunitários.

Segundo a 15ª DP (Gávea), que investigou o caso, Rafael de Souza Bussamra dirigia o carro em um túnel fechado para o trânsito enquanto Rafael Mascarenhas, filho de Cissa, andava de skate no local. O motorista fez um retorno na contramão para pegar o trecho bloqueado a fim de ir para a Lagoa. Foi quando atropelou o skatista, em uma velocidade de 100 km/h. A vítima foi socorrida ainda com vida e levado para o hospital Miguel Couto, na Gávea, mas morreu horas depois.

Em sua defesa, Rafael de Souza Bussamra, que dirigia o carro, alegou não ter percebido que o túnel onde ocorreu o acidente estava interditado. O motorista acrescentou que, momentos antes da colisão, seu carro estava emparelhado com o veículo de um colega e, por isso, não conseguiu parar a tempo.

Após o atropelamento, Bussamra contou que policiais o retiraram do túnel e o conduziram ao bairro do Jardim Botânico. Os PMs, segundo o réu, se encontraram no local com o pai dele, Roberto, que subornou os agentes para livrar o filho do flagrante.