Esportes
De caldeirão a multiuso: os bastidores da Arena MRV, palco de Atlético-MG x Santos, no domingo
Em visita do GLOBO, responsáveis explicam planos para o estádio, que aposta em pressão e acústica da torcida, espaços exclusivos e vocação para shows e eventos

Desde a Copa do Mundo de 2014, o futebol brasileiro vem renovando e repensando os modelos de seus estádios, hoje convencionados como arenas. Amanhã, às 16h, mais um fruto dessa nova realidade verá seus refletores acenderem pela primeira vez para um jogo oficial: em partida contra o Santos, pelo Brasileirão, o Atlético-MG inaugura a Arena MRV, sua nova casa, cuja concepção passou por várias etapas até se centrar no modelo multiuso, que permite a realização de partidas de futebol e eventos, como shows.
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O GLOBO visitou o estádio no início deste mês, quando o britânico Sir Paul McCartney ainda não havia oficializado a arena como palco de um dos shows que faria no Brasil — a banda americana Maroon 5 já havia confirmado uma apresentação por lá.
Segundo o arquiteto que idealizou a arena, Bernardo Farkasvölgyi, a ideia inicial de um “caldeirão” sofreu modificações para se tornar multiuso — uma realidade no Allianz Parque e no Nilton Santos. Mas as mudanças não tiraram as características de pressão da torcida atleticana.
— São oito metros e meio entre a linha lateral do campo e a arquibancada e dez metros atrás do gol, que são o mínimo (possível) no padrão Fifa e Conmebol. A arena é toda fechada. Você não acredita no barulho com 20 mil pessoas (no evento-teste Lendas do Galo).
Além disso, atrás do gol sul há um setor com 2.800 lugares sem cadeiras, proporcionando uma experiência mais “raiz” para a festa dos torcedores mineiros. A proximidade das arquibancadas chama atenção, e estruturas voltadas aos jogadores prometem conforto e até ações exclusivas, como um espaço com cadeiras para que sócios ou familiares possam acompanhar parte do aquecimento dentro do vestiário.
Aprendizado e desafios
Propriedade da SAF do clube, a Arena fica no bairro Califórnia, a noroeste de Belo Horizonte, e tem capacidade total de 44.892 torcedores, mas para essa primeira partida só foram colocados 30 mil ingressos à venda, rapidamente esgotados.
No último dia 16, a Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte aprovou o funcionamento do estádio antes de finalizar as contrapartidas sociais e ambientais exigidas pela Prefeitura por conta do impacto da obra, que acontece desde 2020. As exigências levaram o empreendimento a subir da faixa dos R$ 740 milhões para pouco mais de R$ 1 bilhão. CEO do clube, Bruno Muzzi relembra os trâmites:
— O que atrasou foi lá de trás para o processo todo andar, depois as coisas passaram a andar dentro do prazo esperado. Temos muito aprendizado (a ganhar) com os eventos que vão acontecer num equipamento super novo, as pessoas não estão acostumadas. Como é esse movimento, como e onde cada um chega.
Um desses aprendizados veio no evento-teste. Na partida festiva Lendas do Galo, em julho, a presença de torcedores num vidro que protege a área de pessoas com deficiência, no setor sul, gerou dificuldades de visualização de parte do gramado, chamados de pontos cegos nas redes sociais. Segundo os representantes do Galo e da Arena, o posicionamento ali não é permitido por projeto, e um trabalho de educação e conscientização do público será realizado neste início para evitar novo problema parecido.
— Se alguém está na frente (no vidro), está ferindo o pensado em projeto. Mas isso não caracteriza como ponto cego — diz Farkasvölgyi.
Outro desafio imposto é a manutenção do gramado. A tendência, segundo os gestores, é que seja adotado o sintético no futuro, à medida que o movimento de eventos aumente.
Ontem, a CBF reconheceu o Atlético-MG como campeão brasileiro de 1937, pela conquista do Torneio dos Campeões.
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