Internacional
Adversária de presidente eleito na Guatemala denuncia suposta fraude nas eleições
Partido da candidata Sandra Torres, derrotada com 37% dos votos pelo esquerdista Bernardo Arévalo no domingo, não havia reconhecido o resultado do pleito desde a votação
A candidata à Presidência da Guatemala e ex-primeira-dama, Sandra Torres, que perdeu para o sociólogo Bernardo Arévalo no segundo turno das eleições no último domingo, denunciou suposta fraude no pleito nesta sexta-feira. A acusação acontece no mesmo dia que a descoberta de dois possíveis planos para assassinar o presidente eleito e sua vice vieram a público.
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Torres e seu partido Unidade Nacional de Esperança (UNE) ainda não haviam reconhecido a vitória de Arévalo, alegando irregularidades na contagem de votos e no seu processamento digital. O sociólogo de esquerda — que pôs fim a 12 anos de governos de direita no comando do país — surpreendeu ao vencer Torres na corrida eleitoral com 58%, contra 37% da ex-primeira-dama.
"Após as análises realizadas (...) foi possível observar que há muitas inconsistências, contradições e, acima de tudo, variações nos dados que mostram irregularidades que afetaram os verdadeiros resultados da votação", disse o Unidade Nacional de Esperança (UNE), partido de Torres, em comunicado.
Paralelamente, centenas de guatemaltecos tomaram as ruas nesta sexta para exigir a renúncia da procuradora-geral do país, Consuelo Porras, e do promotor Rafael Curruchiche, que estão movendo uma ação contra o partido de Arévalo, o Semilla. Os manifestantes se reuniram em frente à sede da Procuradoria-Geral da República para protestar contra as autoridades judiciais, incluídas pelos Estados Unidos em uma lista de "corruptos" da América Central.
— Apoiamos e defendemos a decisão de nossos irmãos e irmãs expressa nas urnas. A Guatemala merece florescer e o partido Semilla e seus líderes são a esperança e o compromisso para esse renascimento — disse a ex-deputada Sandra Morán durante a manifestação.
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O promotor Curruchiche mantém uma investigação aberta contra o partido do presidente eleito por supostas irregularidades no registro de afiliados durante a sua formação em 2017. Com base nessas investigações, o juiz Fredy Orellana — também considerado corrupto por Washington — ordenou a suspensão do grupo político, mas sua decisão foi suspensa pelos tribunais, o que permitiu que a legenda continuasse no pleito.
A ordem de suspensão veio depois que Bernardo Arévalo, que é social-democrata, surpreender ao ficar em segundo lugar na eleição presidencial de 25 de junho. De acordo com os manifestantes e organizações locais e internacionais, os esforços da Procuradoria-Geral da República têm como objetivo prejudicar Arévalo e Semilla, que chegaram às eleições com um forte discurso anticorrupção e fora do partido governista, incomodando grupos poderosos do país.
"O pacto corrupto treme de medo", dizia um faixa no protesto, onde os manifestantes tocavam trombetas de plástico e agitavam bandeiras nacionais.
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