Internacional
Vendedor de veneno canadense pode estar ligado a 88 mortes no Reino Unido
Suspeita-se que Kenneth Law, de 57 anos, administre vários sites que vendem equipamentos para auxiliar o suicídio. Estima-se que ele tenha enviado 1,2 mil pacotes para clientes em mais de 40 países
Um homem canadense, identificado como Kenneth Law, de 57 anos, é acusado de ajudar dezenas pessoas a tirarem a própria vida no Reino Unido, ao vender uma substância venenosa, segundo a BBC News. Acredita-se que Law administre vários sites que vendem materiais para auxiliar o suicídio.
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A Polícia Regional de Peel, no Canadá, disse ao jornal britânico que começou a investigar o caso em abril, após a morte súbita de um adulto em Toronto. As autoridades canadenses estimam que ele tenha enviado 1,2 mil pacotes para clientes em mais de 40 países, embora não se saiba quantos incluíam o veneno.
O jornal britânico não mencionou o nome do produto químico supostamente vendido por Law.
No caso do Reino Unido, as ligações entre as mortes e o vendedor vieram à tona pela primeira vez em uma investigação secreta realizada pelo The Times, citou a BBC, também em abril.
A National Crime Agency (NCA), que estava coordenando as verificações, disse que 272 pessoas no país foram identificadas como compradoras de Law em um período de dois anos.
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Segundo a agência britânica, das pessoas identificadas, 88 morreram. Porém, até o momento, não há nenhuma ligação confirmada entre os itens comprados nos sites e a causa da morte.
Desde a prisão de Law, a polícia britânica tem feito visitas a centenas de endereços para rastrear os compradores em todo o país.
O vice-diretor da NCA, Craiga Turnes, prestou condolências aos familiares e amigos dos mortos e disse à BBC News que eles estão sendo assistidos pelas forças policiais. Ele também disse que uma investigação está em andamento.
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David Parffet perdeu o filho, Tom Parfett, de 22 anos, em outubro de 2021, que comprou veneno com Law. Morador de Maidenhead, Parffet contou à BBC News que está indignado com o que ele vê como falhas da polícia e teme que existam outros sites não regulamentados promovendo o suicídio.
— O que pode ser feito imediatamente para fechar os sites da Internet que se aproveitam de jovens vulneráveis e processar as pessoas que têm prazer em ajudar os outros a tirar a própria vida? — questionou.
Parfett, em um programa de rádio da BBC, pediu ainda uma ação mais forte da polícia e dos formuladores de políticas para reprimir as pessoas que vendem veneno e para que as comunidades on-line voltadas para pessoas vulneráveis sejam regulamentadas.
— Temos que aceitar que, na era moderna, as pessoas podem encontrar pessoas que pensam da mesma forma para discutir até mesmo os problemas mais difíceis. Essas comunidades não são regulamentadas e causam uma enorme quantidade de danos — disse à rádio britânica.
Law está preso e deve comparecer ao tribunal no fim de agosto. De acordo com o código penal britânico, aconselhar ou ajudar uma pessoa a morrer por suicídio pode resultar em uma sentença de 14 anos de prisão.
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