Internacional
Candidatos Milei e Bullrich querem Argentina fora do Brics, se eleitos
Candidato da extrema direita disse em evento com empresários que seu alinhamento, se for presidente, será apenas com Estados Unidos e Israel, e jamais com 'comunistas'
Os dois candidatos da oposição argentina na corrida pela Presidência do país anunciaram nesta quinta-feira que, caso sejam eleitos em 22 de outubro — ou num eventual segundo turno em 19 de novembro — retirarão o país do Brics. Ambos se posicionaram contra a adesão do país durante palestras no Latin American Cities Conferences, de Buenos Aires, realizado no luxuoso hotel Alvear da capital argentina.
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No dia em que os cinco integrantes atuais do grupo — Brasil, China, Rússia, África do Sul e Índia — anunciaram a incorporação dos novos membros plenos Argentina, Irã, Emirados Árabes Unidos e Egito, o candidato da extrema direita argentino, Javier Milei, deixou claro que, se for eleito presidente, a Argentina sairá do Brics. Sem mencionar explicitamente o grupo, disse a uma plateia de empresários locais e estrangeiros que seu alinhamento será unicamente com os Estados Unidos e Israel.
— Não vamos nos alinhar com comunistas — frisou Milei.
Segundo disse ao GLOBO um de seus principais assessores, foi a maneira do candidato rechaçar a presença da Argentina no Brics.
Perguntado pelo GLOBO sobre a entrada da Argentina no grupo — por forte influência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — o candidato do partido A Liberdade Avança, que virou um rock star em eventos públicos e privados, afirmou que defende "o livre comércio”.
— Já disse que defendo o livre comércio, será decisão dos privados decidir com quem vão comercializar. Mas como chefe de Estado defenderei o livre comércio, o Estado não deve interferir. Isso responde sua pergunta — disse.
Consultado sobre outros países, como Espanha, Milei disse que “os socialistas não são defensores da liberdade”.
Em sua palestra, o candidato da extrema direita afirmou que não vai romper relações com nenhum país, e que o setor privado poderá ter relações comerciais com vizinhos como o Brasil, ou com a China. Mas enfatizou que “a questão da geopolítica será função do Estado”, e disse que seu alinhamento será apenas com EUA e Israel.
Já Patricia Bullrich, candidata da aliança de centro-direita Juntos pela Mudança, foi mais direta.
— Se formos governo a Argentina não estará nos Brics — declarou.
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