Internacional
Mina de ouro, negócios com petróleo e museu de chocolate: conheça o patrimônio de Prigojin
Líder do Grupo Wagner morreu nesta quarta-feira, vítima de um acidente de helicóptero; ele fez fortuna após se aproximar de Vladimir Putin
Um museu do chocolate em São Petersburgo, uma mina de ouro na República Centro-Africana, além de empreendimentos de petróleo e gás na costa síria. Esses são parte do patrimônio de Yevgeny Prigojin, um ex-vendedor de cachorro-quente que se tornou senhor da guerra do grupo Wagner e que organizou um motim contra os militares russos no mês passado, mas morreu vítima de um acidente de avião nesta quarta-feira.
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Através de uma vasta rede de empresas de fachada e intermediários, as atividades de Prigojin incluíram catering (serviço de buffet), produção de filmes de ação, produção de cerveja e vodka, corte de madeira e extração de diamantes as também a contratação de pessoas para semear desinformação em eleições em outros países, incluindo as eleições de 2016 nos EUA.
O tamanho exato do patrimônio dele está envolto em mistério, e o destino do seu vasto império é incerto. Segundo o The New York Times, em 1990, depois de cumprir uma sentença de nove anos de prisão por roubo, ele abriu uma barraca de cachorro-quente, o que acabou levando a uma carreira empreendedora abrindo restaurantes e lojas de conveniência.
Prigojin aproveitou a desintegração turbulenta da União Soviética para migrar para a gastronomia de alto nível para a nova elite russa — nela estava Vladimir Putin, que começava a subir no governo de São Petersburgo. O político e ex-agente da KGB tornou-se um de seus principais apoiadores. Uma vez no cargo de presidente, Putin levou o então primeiro-ministro do Japão, Yoshiro Mori, e o presidente dos Estados Unidos na época, George W. Bush, para jantar no luxuoso restaurante flutuante de Prigojin às margens do Rio Neva.
Segundo o New York Times, ao longo das décadas, Prigojin garantiu milhões em contratos estatais e controlou uma extensa carta de empresas, principalmente em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia e cidade em que nasceu. Suas empresas administram hotéis, restaurantes, centros de negócios e uma mercearia gourmet na principal avenida de São Petersburgo.
Em 2003, Prigojin providenciou o bufê para o aniversário do líder russo. Daí o apelido (irônico) “chef de Putin”. Desde então, o magnata não esteve longe do Kremlin. E, como é seu padrão usual, se deu bem. Ele se tornou um dos homens mais ricos do país. A Concord Catering e suas outras empresas conquistaram gordos contratos estatais para fornecer serviços a bases militares e alimentar soldados russos, além de instituições, hospitais e escolas.
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Seu principal escândalo em solo russo nasceu de uma dessas concorrências públicas — e fonte de seus inúmeros processos judiciais — quando, depois que 130 crianças em idade escolar adoeceram com disenteria, um grupo de pais processou o governo de Moscou e empresas de alimentação vinculadas a Prigojin.
Após contato com o funcionalismo e os agentes secretos, Prigojin, no entanto, trilhou carreira no governo de Moscou até criar o grupo paramilitar Wagner, em 2014. Segundo uma investigação da BBC, um ex-oficial do Exército russo veterano das guerras na Chechênia, Dmitri Utkin, de 51 anos, também esteve envolvido na fundação do grupo, cujo nome seria originado de seu próprio nome de guerra no Exército. Ele seria tenente-coronel da GRU, a agência de inteligência militar da Rússia.
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