O meia Lucas Paquetá, do West Ham e da seleção brasileira, virou alvo de polêmica no Brasil e no Reino Unido nesta sexta-feira. Nome praticamente certo na convocação do novo treinador Fernando Diniz, Paquetá ficou de fora da lista após a divulgação de que é alvo de uma investigação da Football Association (FA, a federação de futebol da Inglaterra) por possíveis violações nas regras de apostas do futebol local.

Segundo o site ge, o principal foco da investigação é um cartão amarelo aplicado a Paquetá num empate entre West Ham e Aston Villa por 1 a 1, em 12 de março. Ainda segundo o site, haveria apostas na casa Betway de pessoas próximas ao jogador envolvendo o cartão — e outro sofrido por Luiz Henrique, do Real Bétis (em partida contra o Villarreal, na Espanha) que também ficou de fora da seleção sub-23.

Em contato com o GLOBO, a assessoria de Paquetá optou por não comentar o caso. Já a de Luiz Henrique também não fez comentários, mas diz que o caso está com o jurídico do atleta, que se coloca à disposição das autoridades e vai colaborar com as investigações.

A situação teria levado o Manchester City, que chegou a oferecer 70 milhões de libras (cerca de R$ 443 milhões) ao West Ham pelo brasileiro, desistir da negociação. No Reino Unido, as regras e fiscalização quanto a apostas são duras: em maio, o atacante Ivan Toney foi suspenso por oito meses por mais de 200 violações. Em 2020, o lateral Trippier, foi suspenso por dez semanas e multado por "apostar indiretamente" em sua transferência do Tottenham para o Atlético de Madrid.

Já em abril deste ano, a Premier League tomou medida assertiva e proibiu que casas de apostas sejam patrocinadores de frente de camisas a partir da temporada 2026/27. Confira as regras mais recentes da FA quanto a apostas:

Além das regras dispostas abaixo, há ainda o longo subparágrafo E8.4, focado em árbitros.

E8.1 - Um participante não deve apostar, direta ou indiretamente, instruir, permitir, causar ou possibilitar a qualquer pessoa apostar em:

E8.1.1 - resultado, andamento, conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência em relação a uma partida ou competição de futebol; ou

E8.1.2 - qualquer outro assunto relacionado ao futebol em qualquer lugar do mundo, incluindo, por exemplo e sem limitação, transferência de jogadores, contratação de treinadores, escalação de equipes ou assuntos disciplinares.

E8.2 - Quando um participante fornecer a qualquer outra pessoa qualquer informação relacionada a futebol as quais obteve em virtude de sua posição no jogo e que não estejam publicamente disponíveis naquele momento, ele estará violando esta regra se qualquer uma dessas informações for usada por essa outra pessoa para apostar ou em questões relacionadas a apostas.

E8.3 - Será defesa válida contra uma acusação apresentada de acordo com o subparágrafo E8.2 se um participante puder comprovar, de forma equilibrada nas probabilidades, que forneceu tais informações em circunstâncias em que não sabia, e não poderia saber por motivos razoáveis, que as informações fornecidas seriam usadas pela outra pessoa para apostar ou para questões relacionadas a apostas.

E8.5 - Um participante individual, ao atuar em caráter pessoal, não tem permissão para anunciar ou promover qualquer atividade de apostas das quais seja proibido de se envolver de acordo com as regras E8.1, E8.2 ou E8.4.

E8.6 - Um participante individual, em qualquer capacidade, não deve participar deliberadamente da produção de conteúdo de áudio ou audiovisual (com publicação em qualquer plataforma), nas quais sua conduta e (ou) palavras possam ser consideradas, razoavelmente, como incentivo ativo à participação em atividades de apostas das quais seja proibido de se envolver de acordo com as regras E8.1, E8.2 ou E8.4.

E8.7 - Um clube não deve instruir, compelir, permitir, causar ou possibilitar que qualquer participante viole a Regra E8.6.