Músico por formação, o empreendedor e administrador Eduardo Feldberg criou o canal 'Primo Pobre' na internet. O sucesso aconteceu quando ele compartilhou sua experiência de conseguir quitar um financiamento da casa própria de 30 anos, em apenas 3. A página sobre educação financeira hoje possui mais de 1,4 milhões de inscritos. Na esteira do sucesso nas redes sociais, Feldberg está lançando o livro “Deixe de ser pobre”. Com uma linguagem popular, ele defende que mudanças simples no comportamento de consumo podem ser transformadoras para aqueles que estão endividados ou não vivem com a corda no pescoço mês a mês.

— Eu estava indignado com o fato de muita gente boa trabalhar demais o tempo todo para, no final das contas, ter uma vida mais lascada que joelho de freira — afirma ele

Na avaliação dele, a educação financeira deve fazer parte do cotidiano das famílias brasileiras e ajuda a organizar o orçamento. O seu trabalho é apoiado no tripé: gastar somente o que tem, evitando ao máximo o cartão de crédito, e parcelamentos, compor uma reserva de emergência e não gastar para ostentar.

— Eu digo que as pessoas precisam passar a odiar dívidas. É preciso abolir o cartão de crédito. da vida delas, e de jeito nenhum fazer comprar quando não se tem o dinheiro. O cartão de crédito dá essa falsa sensação. A pessoa não tem R$ 1 real no banco mas acha que pode comprar uma TV 54 polegadas — ressalta ele.

Segundo o autor, todo mundo sabe quanto ganha, mas o quanto realmente gasta é um desafio importante para mudar de vida:

— O objetivo do livro é ensinar o pobre a sair da pobreza. Isso vai exigir um esforço . Muitos seguidores não tinham percebido que gastava mal seu dinheiro. O quanto você ganha é muito importante, mas como você gasta — destaca Feldberg. — Um dos maiores erros é usar o cartão para fazer compras recorrentes. Por exemplo, compras de supermercado. Vai parcelar R$ 500 em 10x, ou seja R$ 50 por mês. Mas mês que vem vai fazer outra, e vai aumentar para R$ 100, depois R$ 150, R$ 200. A pessoa não entende que todo parcelamento é uma dívida.

Abandone a cultura da ostentação

Eduardo Feldberg aconselha, em um dos principais capítulos do livro “Deixe de ser pobre”, que as pessoas devem evitar gastos com produtos caros, com um potencial de provocar endividamento:

— Tênis caro, colares de ouro, celulares de última geração gastam muito dinheiro. A pessoa não vai crescer se quiser só ostentar. Este é um dos principais pontos de impedir de a pessoa enriquecer. É a coisa mais imbecil a se fazer com o dinheiro. A pessoa não precisa impressionar os outros para mudar de vida.Comprar um produto que custa mais do que você recebe mensalmente é burrice — argumenta o autor. — O rico não é rico pelo relógio que tem. É rico pelo tanto que tem na conta bancária — completa Eduardo.

Reserva de emergência

Feldberg também explica que constituir uma reserva é fundamental, e diz que poupar R$ 50 todo mês é muito importante:

— Uma vez entrei num banco e tinha um cartaz dizendo: “O cano quebrou? pegue um empréstimo aqui para consertar”. Se ele tiver uma pequena poupança, não vai fazer dívidas, evai usar em situações de emergência como essa — ressalta.

O livro “Deixa de ser pobre” será lançado no Rio nesta quinta-feira, na Livraria Leitura Tijuca, Shopping Tijuca, às 18h. Na sexta, o lançamento será na Livraria Leitura Bangu, Bangu Shopping, no mesmo horário.