Escrevera o gênio Padre Antônio Vieira (1608, Lisboa, Salvador, BA, 1697): Para se falar ao vento bastam palavras; para se falar ao coração são necessárias obras. Enquadra-se nessa premissa, o cônego Severino Pires Jatobá, natural de Pesqueira (PE), apóstolo de Viçosa que semeou amor àquela gente.

O filho ilustre da bucólica Chã Preta, primo-irmão, Dr. Olegário Venceslau da Silva, debruçou-se no varal de seu tempo para escrever o majestoso livro Cônego Jatobá - Um Apóstolo de Viçosa. E o fez com tamanha propriedade, que mereceu o prefácio da Professora e escritora Isabel Loureiro de Albuquerque:

“Sempre espirituoso, onde passava ou estava, dava um toque de alegria. Era muito sincero. O que pensava falava. Mas era uma sinceridade tão jacosa, que a pessoa, em vez de se aborrecer, achava graça”. Dotado de uma espiritualidade agradável que encantava a todos.

O jovem e talentoso escritor champretense, na sua pesquisa in loco, teceu comentários obedecendo seu feeling de homem de cultura. Isto é, abordou as temáticas: Nascimento de Severino Jatobá, Infância em Pesqueira e Ingresso no Seminário, Transferência para Maceió, Ordenação Sacerdotal e Primeira Missa, Início da vida Clerical, Sua opção por Alagoas, Chegada à cidade de Viçosa, Jatobá, o novo pároco, A perda da visão, O adeus a Jatobá. Português vernacular, sem o uso de figuras de linguagens desnecessárias à obra.

O Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, SBD, arcebispo emérito da arquidiocese de Maceió - AL, dissecou a figura inesquecível do biografado. Conheci o cônego Severino Pires Jatobá em minha primeira visita à terra ilustre de Viçosa, berço dos Vilela, o Cardeal Avelar e os políticos famosos.

Eram os anos oitenta e desde 1047, que o cônego Jatobá fora professor e pastor daquele povo, que o admirava e venerava como verdadeiro pai e mestre. Já era um ancião e, privado do sentido da visão, tinha aquela autêntica sabedoria, que os anos de devotada vida sacerdotal, aliados a uma inteligência perspicaz, lhe conferiram.

Meu Caro Venceslau, sua iniciativa extrapolou os anais do tempo. Deu sentido a uma vida sacerdotal intensa. Traduz amadurecimento cultural, aliado à versatilidade de um jovem amante das tradições de sua terra-mãe. E, o melhor, fez justiça a um semeador de sementes que germinaram a fé cristã. Por essas e outras razões, felicito-o pela intenção de perpetuar a memória do apóstolo de Viçosa.

A “Atenas das Alagoas”, por sua vez, germinou a Casa de Demócrito Gracindo. A terra dos doutores Théo Brandão, José Aloisio Vilela, José Maria de Melo, José Pimentel de Amorim, Zé do Cavaquinho, empresário José Aprígio Vilela, do Menestrel das Alagoas, do poeta Mané Nenem; orgulha esse pedaço de Brasil. VIVA O Apóstolo de Viçosa !!!