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Por que a Colômbia de Linda Caicedo já fez história na Copa do Mundo feminina

Com 100% de aproveitamento nas duas primeiras rodadas da fase de grupos, seleção sul-americana já tem sua melhor campanha em Mundiais

Agência O Globo - 03/08/2023
Por que a Colômbia de Linda Caicedo já fez história na Copa do Mundo feminina

Líder do Grupo G da Copa do Mundo Feminina 2023 com duas vitórias em dois jogos — uma delas, em jogo disputado contra a Alemanha e decidido no minuto final dos acréscimos —, a Colômbia encaminhou a vaga para as oitavas de final e enfrenta o Marrocos, na quinta-feira às 7h, na última rodada da primeira fase da competição. Com 100% de aproveitamento até agora, esta já é a melhor campanha da seleção em Mundiais, na quarta participação no torneio.

A Colômbia estreou em Copas em 2011, na Alemanha, conquistando a classificação através do segundo lugar na Copa América de 2010. No torneio, que contava com 16 equipes, terminou no terceiro lugar do Grupo C, com um ponto conquistado no empate em 0 a 0 com a Coreia do Norte. Contra a Suécia, no primeiro jogo do Mundial, perdeu de 1 a 0 e na sequência, foi derrotada pelos Estados Unidos por 3 a 0.

Em 2015, a história se repetiu na qualificação: as colombianas através da segunda posição no quadrangular final da Copa América de 2014, também vencida pelo Brasil. No sorteio, a Colômbia deu azar e caiu em grupo com Inglaterra, França e México, e terminou a fase de grupos com duas derrotas para as duas primeiras e um empate com a última. O torneio havia expandido as vagas para 24 seleções, e a terceira colocação foi suficiente para avançar para as oitavas de final. As colombianas enfrentaram novamente as estadunidenses, e foram eliminadas na primeira fase do mata-mata.

Em 2019, a Colômbia ficou de fora do Mundial, já que teve maus resultados na Copa América, e a segunda vaga da Conmebol ficou com o Chile. Durante o período, o futebol de mulheres passou por desenvolvimento no país, apesar de a liga principal ainda estar em estagio de semiprofissionalização. Na Copa América de 2022, disputada em casa, as colombianas fizeram uma campanha com 100% de aproveitamento até a final, mas foram derrotadas pelo Brasil por 1 a 0, em jogo difícil e novo formato da competição.

Entre 2019 e 2023, um nome passou a ser conhecido e gerou expectativa entre os torcedores da seleção colombiana. A jovem Linda Caicedo, que já havia fechado patrocínio com a Adidas desde os 14 anos, idade em que fez sua primeira partida pela equipe principal. Mas um câncer no ovário, descoberto no ano seguinte, a tirou dos gramados durante toda a recuperação. Em 2022, aos 17 anos, disputou três mundiais pela seleção: a Copa América — eleita a melhor jogadora da competição — e os Mundiais sub-17 e sub-20, anotando gols por todos os torneios. Considerada uma das grandes promessas do futebol de mulheres atualmente, foi contratada pelo Real Madrid em fevereiro, ao completar 18 anos, e já tem seis participações em gols em 10 partidas pelo clube.

Mas não é só Linda a única responsável pelas esperanças da Colômbia na Copa da Austrália e Nova Zelândia. Com os dois gols já marcados no torneio, ela está empatada na artilharia da seleção em Copas do Mundo, ao lado de Catalina Usme, que marcou em 2015 e neste ano, na vitória contra a Coreia do Sul, e Lady Andrade, que balançou as redes duas vezes em 2015. Assim, a expectativa é de que novos recordes sejam quebrados para a seleção no duelo contra o Marrocos, 72ª colocada no ranking de seleções da Fifa, depois de deixar para trás a Alemanha (2ª colocada) e Coreia do Sul (17ª).