Internacional

Dois homens queimam o Alcorão durante protesto em frente ao Parlamento de Estocolmo

Ato, autorizado pela polícia sueca, faz parte de um série de manifestações realizadas pela dupla; ações provocaram onda de indignação no Oriente Médio

Agência O Globo - 31/07/2023
Dois homens queimam o Alcorão durante protesto em frente ao Parlamento de Estocolmo

Dois homens queimaram um exemplar do Alcorão durante uma manifestação em frente ao Parlamento de Estocolmo, nesta segunda-feira. Salwan Momika e Salwan Najem pisotearam um exemplar do livro sagrado muçulmano antes de atear fogo em algumas das páginas.

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“Vou queimá-lo muitas vezes, até que o proíbam", afirmou o refugiado iraquiano Salwan Najem, de 37 anos, ao jornal Expressen. A manifestação foi autorizada pela polícia sueca, que alegou ter permitido apenas a manifestação em si e não os atos contra o Alcorão.

Durante o protesto, Momika também pisoteou uma imagem do influente clérigo xiita Moqtada Sadr, cujos seguidores invadiram brevemente a embaixada sueca em Bagdá em junho, antes de incendiá-la em julho.

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Essa não é a primeira vez que a dupla protagoniza manifestações desse tipo. Em junho, Momika e Najem também pisotearam e queimarão um exemplar do livro sagrado muçulmano do lado de fora da principal mesquita de Estocolmo.

O gesto provocou uma onda de indignação no Oriente Médio, com protestos no Iraque e agitação na comunidade muçulmana.

Em julho, outro protesto foi realizado. Desta vez, a dupla pisoteou o Alcorão ao lado de fora da embaixada iraquiana em Estocolmo.

"Chamar a atenção para si mesmo"

Profanações anteriores do Alcorão causaram tensões diplomáticas entre a Suécia e vários países do Oriente Médio.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan expressou sua rejeição à queima de textos religiosos e advertiu, em meados de julho, que não deveriam haver mais ofensas ao Alcorão. O voto da Turquia é fundamental para ratificar a adesão da Suécia à OTAN.

Além disso, enviados suecos e dinamarqueses em vários dos países do Oriente Médio também foram convocados.

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Na semana passada, a Suécia ordenou que 15 agências governamentais reforçassem os esforços antiterrorismo. No domingo, a vizinha Dinamarca anunciou que estava considerando limitar as manifestações que envolviam a queima de textos sagrados, evocando preocupações com a segurança.

O primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson afirmou que um processo semelhante já estava em andamento no país. "Aqui em casa, sabemos que Estados, agentes estatais e indivíduos podem tirar proveito da situação", escreveu em um post no Instagram.

A Arábia Saudita e o Iraque convocaram uma reunião extraordinária, marcada para segunda-feira, da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) para tratar dessas profanações do Alcorão na Suécia e na Dinamarca.

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O ministro das Relações Exteriores do país, Tobias Billstrom, disse na segunda-feira que estava em contato com alguns de seus colegas na OIC de 57 membros e que havia enviado uma carta a todos os membros da OIC.

Em um comunicado, ele disse que os havia informado sobre o processo de concessão de permissões para manifestações públicas na Suécia e que a polícia tomava essas decisões de forma independente.

Um estudante holandês de 18 anos, identificado como Tamazight El Yaakoubi, afirmou que os homens querem “chamar atenção”.

“Vimos que ele estava lá novamente, gritando coisas sobre o Alcorão e sobre o Islã, brincando com o Alcorão e, honestamente, tudo isso é para chamar a atenção. É bastante óbvio”, observa.