Internacional
Após protestos, Dinamarca estuda medidas para impedir profanações do Alcorão
Governo afirma explorar meios legais para impedir que 'países, culturas e religiões' sejam insultados publicamente no país; Suécia diz que trabalha em medidas semelhantes
A Dinamarca afirmou estar “explorando medidas legais” para evitar que livros sagrados — como o Alcorão — sejam queimados em atos públicos, como aconteceu no país nas últimas semanas, e que provocou reações duras e até violentas de governos e lideranças religiosas mundo afora.
“O governo da Dinamarca vai explorar a possibilidade de intervir em situações especiais onde, por exemplo, outros países, culturas e religiões estejam sendo insultados, e se isso pode ter consequências negativas para a Dinamarca”, afirma um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, divulgado neste domingo.
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Se referindo diretamente às recentes profanações do Alcorão, muitas vezes sob o olhar das autoridades, o texto afirma que os ataques “chegaram a um ponto no qual a Dinamarca, em muitas partes do mundo ao redor dos continentes, está sendo vista como um país que facilita o insulto, a degradação das culturas, religiões e tradições de outros países”.
O ministério cita pelo menos 15 condenações de governos, e afirma que os atos públicos onde os livros sagrados foram queimados podem “fundamentalmente afetar a Dinamarca e os interesses de nações similares”, e afirma que essas ações apenas beneficiam atores extremistas, que querem “ampliar a distância entre o Ocidente e o Sul Global”.
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Nas últimas semanas, ocorreram ao menos três casos públicos de profanação do Alcorão na Dinamarca e na Suécia. E além dos protestos de governos e organizações religiosas, os atos levaram a grandes protestos, especialmente no Iraque. A embaixada sueca em Bagdá chegou a ser invadida, e uma organização humanitária dinamarquesa em Basra, no Sul iraquiano, foi atacada. Empresas suecas também sofreram represálias no país árabe.
Mas ao mesmo tempo em que a Dinamarca afirma que vai estudar formas de evitar novas profanações, o governo aponta que a liberdade de expressão é um conceito bem amplo no país, e destaca que qualquer medida ocorrerá dentro dos termos constitucionais atuais.
Além da Dinamarca, a discussão sobre limites a profanações religiosas no futuro também começa a ganhar corpo na Suécia.
“Também já começámos a trabalhar na análise da situação jurídica — incluindo a lei da ordem — a fim de considerar medidas para reforçar a nossa segurança nacional e a segurança dos suecos na Suécia e no mundo”, afirmou, em publicação no Instagram, o premier sueco, Ulf Kristersson, depois de reunião com a líder dinamarquesa Mette Frederiksen. “Tem tudo a ver com defender as nossas sociedades livres e abertas, a nossa democracia e o direito dos nossos cidadãos à liberdade e à segurança.”
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