Cidades

Hospital de Emergência do Agreste implanta projeto para redução de superlotação

Experiência foca também em melhorias no acolhimento e na filosofia de gestão baseada em tempo e valor

Tony Medeiros 16/07/2023
Hospital de Emergência do Agreste implanta projeto para redução de superlotação
Proposta do projeto Lean nas Emergências é reduzir superlotação em hospitais do Brasil - Foto: José Gabriel

Melhorias no acolhimento e na comunicação entre os setores, além de agilidade no tratamento dos pacientes e redução na superlotação. Estes são alguns dos objetivos do projeto Lean nas Emergências, do Ministério da Saúde (MS), implantado na terça-feira (11), no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), unidade localizada em Arapiraca, e vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

O HEA está recebendo a primeira vistoria técnica do projeto para que esses pontos comecem a ser cumpridos. A enfermeira Michelle Lorenzi e a médica Lara Gonçalves, lideranças do Hospital Moinhos de Vento, localizado em Porto Alegre (RS), se reuniram com a direção e coordenadores de vários setores do HEA para entender como é o funcionamento do processo de acolhimento dos pacientes.

“São os primeiros passos para termos um diagnóstico inicial sobre o hospital e identificar quais pontos precisam ser melhorados. Vamos traçar estratégias para melhorar o fluxo e garantir, ao mesmo tempo, melhor qualidade de assistência ao paciente”, explicou a enfermeira Michelle Lorenzi.

“A gente percebe como a equipe está disposta a trabalhar com as propostas do Lean nas Emergências. São profissionais que estão abertos às mudanças e às novidades que estamos propondo, numa demonstração explícita de interesse em desenvolver o projeto no Hospital de Emergência”, afirmou Lara Gonçalves.

Elas visitaram setores do hospital, colhendo detalhes e formando o contexto para a elaboração de soluções para as demandas. O Lean nas Emergências é uma filosofia de gestão para melhoria de processos, baseada em tempo e valor, desenhada para assegurar fluxos contínuos e eliminar desperdícios e atividades de baixo valor agregado.

“O projeto veio para nos orientar sobre a melhoria na qualidade da assistência, implantar fluxos mais ágeis, principalmente em relação à superlotação. Com o apoio total da Direção do Hospital de Emergência, é importante que todos os profissionais estejam engajados para o projeto ser cumprido. Estamos com as melhores expectativas para que o paciente tenha o menor tempo de espera e com qualidade no acolhimento”, afirmou Edjane Negrão, coordenadora da enfermagem na emergência do hospital.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, cada passo dado na direção de melhorar o atendimento à população é essencial. “Possibilitar que o HEA receba o Projeto Lean nas Emergências é muito importante para que possam ser traçadas estratégias que melhorem o fluxo nos setores, a qualidade da assistência e, desse modo, seja reduzido o tempo de internação dos pacientes, evitando, assim, a superlotação”, salientou o gestor.

Ministério
O HEA é o segundo hospital da rede estadual a implantar o Lean nas Emergências O primeiro foi o Hospital Gera do Estado (HGE)
Há duas semanas, uma comissão multiprofissional do Hospital de Emergência do Agreste participou de dois dias de capacitação, em São Paulo, sob a supervisão de profissionais dos Hospitais Beneficência Portuguesa e Sírio-Libanês (SP) e Moinhos de Vento (RS), responsáveis pela realização do projeto, através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).

A comissão integra o Grupo de Alta Performance (GAP) do HEA, liderado pela diretora-geral Bárbara Albuquerque.

“Cada profissional vai se entregar ao máximo para dar as respostas necessárias sobre as necessidades e encontrar soluções. Vamos encontrar os gargalos e, através das ferramentas do projeto Lean nas Emergências, vamos resolvê-los. É um trabalho de equipe que não vai beneficiar somente os profissionais com mais conhecimento e capacidade de resolução, mas, também, vai promover um melhor acolhimento aos pacientes, nosso principal foco de atuação”, salientou Bárbara Albuquerque.

As visitas técnicas vão acontecer a cada 15 dias, durante seis meses. Após este período, o acompanhamento será feito por mais seis meses através de reuniões online.