Internacional
Centenas se reúnem em Sarajevo para homenagear vítimas de Srebrenica

Centenas de pessoas se enfileiraram na rua principal da capital da Bósnia neste domingo, 09, quando um caminhão com 30 caixões passou a caminho de Srebrenica, onde as vítimas recém-identificadas do único genocídio reconhecido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial serão enterradas, no 28º aniversário do massacre.
Quando o caminhão, coberto com uma enorme bandeira da Bósnia parou brevemente em frente ao prédio presidencial do país, membros da multidão colocaram flores na lona escondendo os restos mortais das vítimas encontradas em valas comuns e identificadas por meio de análise de DNA.
"É devastadoramente triste que centenas de vítimas ainda não tenham sido encontradas e que algumas pessoas ainda neguem o genocídio", disse Ramiza Gandic, que veio prestar sua homenagem.
Vítimas do massacre de Srebrenica recém-identificadas são enterradas anualmente em 11 de julho - dia em que o genocídio começou, em 1995 - num vasto cemitério memorial e em constante expansão fora da cidade no Leste do país.
Até agora, os restos mortais de mais de 6,6 mil pessoas foram encontrados e enterrados lá.
Os assassinatos de Srebrenica marcaram a escalada sangrenta da guerra da Bósnia, de 1992-95, que ocorreu depois que a dissolução da Iugoslávia desencadeou paixões nacionalistas e ambições territoriais, que colocaram os sérvios da Bósnia contra as outras duas principais populações étnicas do país: croatas e bósnios.
Em julho de 1995, os sérvios da Bósnia invadiram uma área protegida pela ONU em Srebrenica. Eles separaram pelo menos 8 mil homens e meninos bósnios muçulmanos de suas esposas, mães e irmãs, perseguiram-nos pela floresta ao redor da cidade e os massacraram.
Os criminosos então jogaram os corpos de suas vítimas em valas comuns feitas às pressas, que mais tarde desenterraram com escavadeiras, espalhando os restos mortais entre outros locais de sepultamento para esconder as evidências de seus crimes de guerra.
O massacre foi declarado genocídio por tribunais internacionais e nacionais. Ainda assim, os líderes sérvios na Bósnia e na vizinha Sérvia continuam minimizando ou até negando o ocorrido, apesar das evidências irrefutáveis.
Fonte: Associated Press
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