Conheci Judá Fernandes ainda criança. Amigo de meus pais, sempre que comparecíamos à cidade de Arapiraca, invariavelmente íamos visitá-lo, encontrando-o habitualmente acompanhado de Almira, sua doce esposa. Com o passar dos anos passei cada vez mais a admirar o comportamento daquela personalidade cortês e amigável.

Os contatos cada vez mais frequentes com o amigo inicialmente herdado, mas aos poucos também meu, transformaram-se em aprendizado importante principalmente quando escutando-o, assimilei a certeza de que as pessoas tendem a mudar constantemente.

Assim facilmente descobri, que sendo Judá Fernandes possuidor de ampla gama de vocações, conseguiu com o decorrer dos anos não somente modificar para melhor a si próprio, porém indo mais além, passou a iluminar de forma vibrante o seu entorno.

Como médico, quer seja em seu consultório ou na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, que fundou e ajudou a administrar por longos anos, não somente cuidou de pessoas mas acima de tudo fez transparecer ser a medicina a arte de compartilhar a vida, dedicando cada minuto de sua existência às dores de seus semelhante, praticando o amor ao próximo em sua essência.

Como chefe de família, buscou ser homem como nenhum outro, pois além de ser aquele que gerou, alimentou, ensinou, vestiu, repreendeu quando necessário e lutou por todos seus descendentes, prioritariamente amou cada um dos integrantes da sua prole com sentimento incondicional, passando adiante a sensação de ser entre os pais, o melhor.

E então estava formada, já faz tempo, a Tribo de Judá, composta por Ana Paula, Aurélia, Paulo, Alda, Aline, genros, nora, netos e bisneta, e também por milhares de amigos os quais como eu próprio, também lhe querem bem.

Nascido em Viçosa, cidade conhecida pela cultura dos seus filhos e paisagens inspiradoras, assemelhadas aos belos quadros de autoria da mãe natureza, Judá Fernandes muito bem pode ser comparado a verdadeiro Cacique responsável por guardar a chave da magia disponibilizada por Deus, a cada um de nós, quando do nascimento.

Tal chave, certamente chegou às mãos de Judá, quando ele ainda bem jovem, passou a residir em Arapiraca onde, devido ao seu esforço profissional, transformou-se em uma das referências na região, trazendo o êxito como marca registrada em seu cotidiano.

Não somente idealizador, porém um dos mais entusiastas presidentes da Academia Arapiraquense de Letras e Artes, instituição cultural da qual, com muito orgulho, faço parte como sócio correspondente, caracteriza-se por ser dos mais brilhantes escritores da terra de Manoel André.

O querido e amado por muitos, Cacique da Tribo de Judá, mago não somente dos bisturis, mas também das letras, havendo publicado inúmeros livros e vivenciado emocionantes histórias, celebrou no último dia 25 de março, em seu recanto de descanso, a chácara Paulo de Tarso, sede de campo de sua prole, noventa anos de idade, quando pessoalmente lá estive a constatar, como anfitrião é importante para o mundo.