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Também escritor, Ricardo Ramos, filho de Graciliano, morreu no mesmo dia 20 de março

Cinara Corrêa com agências 20/03/2023
Também escritor, Ricardo Ramos, filho de Graciliano, morreu no mesmo dia 20 de março

Filho de Graciliano Ramos, Ricardo Medeiros Ramos também faleceu, assim como o pai em um dia 20 de março. A morte dele aconteceu quando ele tinha 63 anos. Natural de Palmeira dos Índios, Ricardo foi um escritor – romancista de ensaísta – advogado e também jornalista.

Por três vezes, ganhou o Prêmio Jabuti, com as obras Os caminhantes de Santa Luzia (1960), Os desertos (1962) e Matar um homem (1971).

Ricardo Ramos foi filho do Graciliano Ramos e de Heloísa de Medeiros Ramos. Viveu parte da infância em Maceió, num ambiente literário, uma vez que o pai mantinha amizades com importantes autores nacionais, como José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Aurélio Buarque de Holanda e Valdemar Cavalcanti.

Em 1936, quando Graciliano foi preso, a esposa, Heloísa, viajou para o Rio de Janeiro com as duas filhas menores, deixando Ricardo Ramos com o avô materno. Nos anos 50, o autor se mudou para São Paulo, onde permaneceu por mais de 30 anos. Lá, ele trabalhou com publicidade, falecendo, então, em 1992.

CARREIRA LITERÁRIA - Em Maceió, Ricardo Ramos concluiu o ginásio no colégio dos irmãos maristas. Em 1944, aos 15 anos, voltou a morar com o pai, no Rio de Janeiro, iniciando, lá, o curso de Direito paralelamente ao trabalho jornalístico.

Nesse período, começou a escrever contos e trabalhar. De Graciliano Ramos, o pai, herdou a concisão e o trabalho bem empregado nos textos, além do engajamento em causas sociopolíticas. Em 1954, publicou seu primeiro livro “Tempo de espera”, um conjunto de nove volumes. Algumas de suas obras foram traduzidas para o inglês, espanhol, alemão, russo e japonês. Foi também editor, professor da ESPM e presidente da União Brasileira de Escritores (UBE).