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Dom Quixote Caeté
Já fui dor / Venci, capitulei/ Em guerra, fui feliz, fui sorriso derrotado/ E chorei sendo vencedor/ Fui pudico e indecente/ Reprimido e inconsequente/ Presença que incomoda, ausência que machuca – Raineg Barbosa Alves Marinho. Inspirou Dr. Ivan Bezerra de Barros durante sua visita ao famoso Coliseu Romano. Aliás, trouxe à lume o livro Tenório Cavalcanti, Além do Mito – “ O Homem da Capa Preta”, objeto de comentário.
Nascido no povoado Bonifácio, zona rural de Palmeira dos Índios no dia 27 de setembro de 1906. “Era respeitado e seguido pelo povo e se fazia odiado e temido pelos inimigos da liberdade e do progresso, e a gente humilde via nele mais do que um homem, mas a encarnação mesmo do povo liberto da ignorância. Consciente de sua força, disposto a romper os grilhões que o prendiam”.
A bem da verdade, Tenório Cavalcanti aportou no Rio de Janeiro destinado a ajudar a população Carente. Eu 1936, elegeu-se vereador de Caxias. Lutou, brigou pelos necessitados a ponto de ser perseguido pelos algozes do poder daquela sangrenta época. Graduou-se em Direito pela Faculdade Nacional da Cidade Maravilhosa. Advogou em vários casos polêmicos como o de Araci Abelha, o de Dana de Teffé, e o mais famoso, o crime do Sacopã, defendendo o Tenente Alberto Bandeira.
Segundo sua biografia, destacou-se nacionalmente mediante sua verve na Tribuna Jurídica. Notadamente, Tenório desenvolveu trabalho social que lhe rendeu o apelido do “O Homem da Capa Preta”. Abriu caminhos a golpes rudes de franqueza, sem meias verdades que lhe veio no sangue. Em 1954, fundou o jornal “Tribuna Democrática”, com redação na rua Lavradio, Centro, na capital carioca e, portanto, usaria na defesa e propaganda para combater adversários, entre eles, Vargas. A sua luta chegou a ser o terceiro maior jornal do Rio nos anos 60 e 70.
Diga-se, de passagem, o autor trabalhou no tão temido jornal, ao lado dos alagoanos Alves Damaceno e José Jurandi. Em 1960, foi candidato a governador da Guanabara, pelo partido Social Trabalhista, mas não logrou vitória, perdendo pra Carlos Lacerda. Conduzia sempre a metralhadora alemã M.P.40, utilizada pelos nazistas durante a segunda Guerra (39-45), presente do general Góes Monteiro que ajudou muito a sobreviver a guerra travada.
No dizer de Ivan Barros, então repórter da Manchete: “Os crimes que cometeu não mancharam, nem manchará nunca a sua obra política e social, a sua biografia, porque foram atos delitivos amparados pela excludente criminal de legítima defesa da vida e da honra”.
Em 1969, a estrela de Tenório começava a declinar seu brilho. Retiram-se aqueles que noutros tempos não lhe saíram da porta, a desfazerem-se em protestos de alta estima. Se muitas criaturas não se voltaram contra O criador , ao menos se iam , preparando como Pedro a negar o próprio Cristo”. Foi nesse cenário que Tenório Cavalcanti representou o papel que a história lhe reservou. Descanse em paz Tenório Cavalcanti.
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