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Sacerdotes políticos
Parafraseando Rui Barbosa, o Águia de Haia.” A política, na sua acepção verdadeira, é a ciência dos interesses nacionais e humanos em sua expressão permanente, alheia ao esfervilhar das paixõezinhas rasteiras e presumidas”. Segundo ele, Toda a política se há de inspirar na moral. Toda a política há de emanar da moral”.
O maior historiador sacro das Alagoas, Álvaro Queiroz, ultrapassou os umbrais de seu tempo para aplainar na planície da vida. E o faz com tanta propriedade, que se destaca na pesquisa científica. De sua excelsa inteligência, brotou seu novel livro Clero e Política nas Alagoas, composto pela Editora CESMAC, com a finalidade precípua de trazer à tona a verdade no seio do clero alagoano.
Prefaciou sua obra, nada mais nada menos, que o emérito Professor Eduardo Hoornaert, ícone da Universidade Federal da Bahia. Ei-lo a dissecar o documento histórico: ” Merece especial atenção o interessante relato de nomes de sacerdotes que se destacaram na política, seja no século XIX (p. 21-37), seja no século XX (p.43-56). Essa relação pormenorizada como que apela para investigações mais aprofundadas, sobretudo quando se leva em conta que a ação política desses sacerdotes era, frequentemente, de cunho revolucionário”.
Na lista dos insignes padres figuram: o Padre Ibiapina (Ceará), Pe. Antônio Cabral Gomes, Pe. Antônio Jorge Pinto (Porto Calvo), Pe. Manuel Vieira Lemos (Penedo), Doutor Ignácio Marinho (Santa Madalena, hoje, Marechal Deodoro), Pe. Domingos de Souza Carneiro, Senhor de engenho feito Pe. Antônio Ferreira Costa, Pe. José de Barros Pimentel, proprietário na região de Porto Calvo, Pe. Domingos Leitão Figueiredo, dentre outros.
Notadamente, o Cônego Luís Medeiros Neto (Traipu), ex-presidente do vetusto Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, semanalmente, visitava-o no velho Casarão. Lá, batia à sua porta dizendo: Bom dia Enciclopédia Britânica. Respondia generosamente: “Na sua ausência Laurentino”. Exerceu sete legislaturas na Câmara Alta do País, deixando marcar indeléveis.
No meu entender, os sacerdotes políticos viveram as angústias de seu povo à época. Sofreram com os miseráveis sem direito a cidadania. E, porque não dizer, foram porta-vozes dos oprimidos, daqueles desprovidos de bens materiais. E, finalmente, amaram Alagoas com o fervor da atividade política. Padre Antônio Vieira dissera: Para falar ao vento bastam palavras. Para falar ao coração são necessárias obras”. Viva o Clero e Política nas Alagoas!!!
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