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Poemas largados à toa
“E quando a noite ontológica, implacável descer/ O que restará de mim? / Estes pobres poemas largados à toa / E Palavras, palavras, e nada mais. Parafraseando meu conterrâneo Graciliano Ramos de Oliveira, alcaide de Palmeira dos Índios na década de vinte, gênio da Literatura Nacional, escrevera: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro faço: a palavra foi feita para dizer”.
Dizer o que o vate sente Dr. Ivan Bezerra de Barros, autor de mais de quarenta livros, repórter da extinta Manchete; constituiu a família composta de uma mulher adorável d. Zilda, Vladimir, Dmitri e de uma filha que não sei seu nome. Todo isso curtindo sua vida recheada de alegrias. Vladimir Barros, toca o Semanário Tribuna do Sertão, fundado pelo preclaro genitor, dando-lhe longevidade acentuada.
“Valeu à pena matar as traças dos Livros / Valeu à pena esconder o rosto no travesseiro / Vale a pena divulgar o amor aos dissolutos/ Valeu à pena lutar por princípios de Direito e Justiça / Valeu à pena defender com sacrifícios a equidade / Valeu à pena ouvir as sinfonias de Beethoven / Valeu à saborear caroço, por caroço, a pinha caída / Valeu à pena , a serenata ao luar / Valeu à pena mendigar as carícias da mulher desejada / Valeu à pena doutrinar as ideias do futuro/ Valeu à pena defender nas praças o ideal de servir / Valeu à pena acordar num confuso amanhecer / Valeu à pena contar as estrelas em noite de luar e sonhar e sonhar.” O poeta argentino Jorge Luís Borges falando dos sonhos dizia que os sonhos são eternos porque não se deformam e não morrem nunca. O projeto de uma rua pode ser modificado. Mas, o sonho de uma rua é imutável e quando muda é outro sonho”.
Sonhei conhecer a Cidade Luz. Em 2018, realizei o meu sonho. Maravilhosa. Recheada de poesia.Cultura erudita. Pombos enfeitando as praças. E o melhor, terra de Voltaire, filósofo do Iluminismo ao lado de Victor Hugo. Tudo isso ficou na minha imaginação. Revê-la um dia não é um sonho. Mas a vontade de fincar raízes e habitá-la definitivamente.
O filho ilustre da Terra dos Xucurus, verseja como poeta moderno. Não se amarra à metrificação de Olavo Bilac, Castro Alves, Jorge de Lima. Fez poemas imorredouros feito Quando eu Morrer: Quando eu morrer, quero doar meus olhos / Para que o cego saiba que te vi / E te contemple, sempre, sempre, sempre / E saiba sempre, sempre o que perdi.
Meu Caro Ivan Barros, conheço-o há décadas, Amigo leal, bom caráter, e, sobretudo, intelectual de escol. Seus Poemas Largados à Toa, li todos. Não sou poeta. Não faço verso nem rima. Sou apenas um mortal cumprindo a própria sina. “Todo vale a pena quando a alma não é pequena”. Fernando Pessoa (1888 -1935) estava certíssimo. Valeu a pena!
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