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Para ser sério, não precisa viver sério…
Participei, recentemente, de evento ligado à literatura, e ao término de minha palestra, experiente companheiro comentou não entender como eu podia, simultaneamente, correr na praia, escrever artigos para a imprensa, colocar meus netos nas costas e com eles brincar em parques de diversão, desenvolver atividades profissionais diversas, andar de bicicleta, usar, habitualmente, calças jeans, sendo membro de diversas Academias Culturais em nosso Estado, além de viver sorrindo e cumprindo com minhas atribuições.
Escutei atentamente, e, após, questionei-o sobre o porquê das observações, obtendo como resposta: “Você deveria ser mais formal e sisudo”. Simplesmente, falei: “mas, eu sou assim!”.
Naquele instante recordei realidade semelhante, vivenciada na Universidade Federal de Alagoas, quando, aos vinte e quatro anos de idade, através de Concurso Público, iniciei minha carreira docente, lecionando disciplinas para discentes de engenharia e arquitetura. Sempre lembro de haver merecido críticas, de alguns colegas do magistério, por valorizar os alunos em demasia, chegando ao ponto de com eles sentar-me em bancos e batentes dos corredores do Centro de Tecnologia, para travarmos infindáveis bate papos.
Recordo, sobretudo, quando o inesquecível Carlos Pontes de Miranda, meu ex-professor, e, então, colega de cátedra, aproximou-se de mim e falou: Rostand, continue como você é, não mude em nada… Para ser sério, não precisa viver sério. Para ser respeitado, não necessita usar paletó e gravata…. Para ser lembrado, você carece apenas de ser responsável.
Sempre flutuando nas asas da advertência recebida do memorável colega, continuei vivenciando o dia a dia, sem nunca me afastar da sólida linha de respeito a meus pares e às atribuições a mim delegadas naquela Instituição, onde, sempre sorrindo, lecionei inúmeras disciplinas para milhares de alunos, tendo, inclusive, sem exceção, ocupado todos os postos, desde a Chefia de Departamento, até a Direção do Centro de Tecnologia, além de compor, também, integralmente, os vários Conselhos superiores da UFAL.
O tempo passou. Hoje, apesar dos cabelos cor de prata, meu comportamento perante as coisas da vida continua o mesmo, e sempre investindo na responsabilidade, nunca deixarei de lado a certeza, de, não somente existir uma idade propicia, tanto para a felicidade, o sonhar, fazer planos e ter energia para realizá-los, a despeito das dificuldades, sempre desfrutando de tudo com intensidade, podendo criar e recriar situações e à nossa imagem e semelhança, sorrir, brincar, cantar, dançar e vestir-se com todas as cores…Este é o presente, tendo apenas a duração de um piscar de olhos.
O mundo me desculpe mas continuarei sendo assim, sorrindo sempre, usando calça jeans e correndo diariamente nos calçadões da orla, respeitando o próximo, assumirei novas responsabilidades, com coragem e disposição, colocando-me a favor do cotidiano, na certeza de que ela continuará me apoiando.
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