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Pare em nome de Cristo
Outro dia Germinia, procurou o tio Jesualdo para contar alguns fatos que a estavam preocupando com o colégio de freiras onde sua filha estudava.
Relatou haver criado a garota, para que desde cedo se sentisse autônoma e feliz, sempre buscando lhe ensinar o necessário a ser feito no cotidiano, de maneira correta, capacitando-a para a vida.
Porém procurava ajuda-la, principalmente nos estudos, para não abandoná-la à própria sorte e quando necessário, buscava em Jesualdo o auxilio no ensino de matemática e física, disciplinas que dominava com certa facilidade, apesar de sua formação em ciências jurídicas.
E naquele dia, em conversa com o tio, a sobrinha informou que sua filhota, havia recebido nota vermelha em trigonometria, apesar de ter a certeza de haver acertado todas as questões que constavam do exame.
Jesualdo, após analisar o escrito, não encontrou erros nas respostas apresentadas pela menina e portanto falou que gostaria de participar do próximo conselho de classe, quando os docentes ali compareciam para tirar dúvidas a respeito das provas aplicadas.
No dia do evento, sentados à mesa somente os mestres, a diretora da escola enquanto no auditório, permaneciam os familiares das crianças, inclusive Jesualdo.
Depois de alguma espera, finalmente Germinia teve a oportunidade de usar a palavra, e após identificar-se, solicitou que o professor da matéria revisasse os cálculos feitos por sua filha.
O docente, de forma fria e com um pouco de desdém, falou que não precisava fazê-lo, pois sabia estarem os mesmos corretos, e completou a fala, afirmando haver influenciado os responsáveis por lecionar geografia e história, para que as notas da criança fossem baixas, tudo isso porque não gostava da forma como ela se portava durante as suas aulas, sempre conversando ou olhando o celular.
Jesualdo, sem que ninguém esperasse, deu um pulo de onde estava e agarrou no colarinho do catedrático, colocando uma pistola engatilhada em sua cabeça e falou: safado! Nesse momento o mestre fez xixi nas calças, todos os pais tentavam se esconder como podiam, enquanto a Madre Superiora, com o crucifixo nas mãos gritava: -Pare em nome de Cristo e como resposta ouvia do enfurecido tio: vá para um cacete, deixe Cristo fora disso,
Germinia, ficou tão nervosa que teve uma dor de barriga repentina, daquelas que vaza pelas pernas. Correu até o sanitário mais próximo e ao entrar não notou que faltava papel higiênico. Do lado de fora, Jesualdo bradava muito perguntando se ela estava obrando a alma, ao mesmo tempo a chamando para ir embora.
Ao deixarem o local, a sobrinha contou ao tio que teve que lavar as partes com a água da caixa plástica que fica acima do vaso, usando-a toda. Na hora de dar a descarga e lavar as mãos, não havia mais líquido, pois a pia estava quebrada. Sem ter o que fazer saiu correndo de lá ainda bem suja de cocô.
O Imbróglio foi grande e dia seguinte ao acontecido a filha de Germinia foi transferida de colégio, não sem antes ter as suas notas corrigidas.
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