Alagoas

MPE promove “Ciclo de Diálogos da Lei Maria da Penha

10/08/2022
MPE promove “Ciclo de Diálogos da Lei Maria da Penha

Uma semana inteira de discussões, aprendizado, aperfeiçoamento, de compromisso e envolvimento de membros do Ministério Público de Alagoas (MPAL) e de outros estados, autoridades do Judiciário e da Defensoria Pública, da Polícia Civil de Alagoas, representante da Universidade de Alagoas (Ufal), advogadas, psicólogaque se dispuseram a participar do “Ciclo de diálogos da Lei Maria da Penha”, ocorrido de forma híbrida, no período de 1º a 5 de agosto de 2022, presencialmente na Sala dos Colegiados Procurador de Justiça Joubert Câmara Scala. Ao todo, sete eixos temáticos foram defendidos e mediados e, no final, uma lista com propostas dos promotores de Justiça culminou na confecção de uma Carta em nome da instituição e que será remetida ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O evento atende à Recomendação nº 89/2022 do Conselho Nacional do Ministério Público e, obrigatoriamente, ocorrerá todos os anos.

No mês escolhido para disseminar a importância de combate à violência doméstica e familiar, neste ano com o tema: “A mão invisível da violência psicológica”, a pretensão é discutir, somar e adaptar conhecimentos sobre a Lei Maria da Penha numa troca de experiências que tende cada vez mais beneficiar a mulher baseando-se em sua evolução e na busca incansável pela eficácia quanto à sua aplicabilidade. Razão pela qual integrantes da Rede de Proteção à Mulher que continua sendo alvo de um machismo incansável e descontrolado se reuniram para apresentar um panorama, além de ofertar sugestões que possam aprimorar a atuação do Ministério Público nesse contexto.

O procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, fez a abertura oficial do evento e ressaltou a luta institucional para coibir os crimes que vitimizam a mulher.

“O Ministério Público de Alagoas tem traçado um combate ferrenho no tocante à violência contra a mulher, infelizmente ainda há registros no estado e no Brasil de um número elevado de muitos tipos de covardia promovidos pelo machismo, onde o homem acha que é superior e, dentro dessa insanidade, dono da mulher. Tenho convicção de que essas discussões que ocorreram durante toda a semana servirão para contribuir com os avanços na nossa instituição. Aproveito para parabenizar a todos os membros que vestem a camisa dessa causa e agradecer a todos os representantes de outros órgãos que nos deram o privilégio de contar com suas grandiosas experiências, compartilhando conteúdos indispensáveis para avançarmos sempre mais”, afirma Márcio Roberto.

coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher do MPAL, promotora de Justiça Hylza Torres, expressa o sentimento sobre as discussões e busca pelo amparo à mulher.

Tivemos momentos bastante proveitosos com a participação de colegas promotores interagindo, opinando, apresentando propostas para a implementação de projetos e ações diferenciadas no combate à violência contra a mulher, contamos com o suporte de magistrados, delegados, defensores, professores, psicólogas, advogadas e assistentes sociais, pessoas do terceiro setor, cada nos presenteando com seu conhecimento e permitindo a troca de experiência que, indiscutivelmente, servirá de base para novos avanços”, evidencia a promotora.

A promotora de Justiça, titular da 38ª Promotoria de Justiça (da Mulher), Maria José Alves, também se manifesta sobre esse compartilhamento no combate à violência contra a mulher.

“ O ciclo de debates foi um sucesso e temos muito a agradecer aos participantes. Super positivo pela participação, pelos questionamentos, os encaminhamentos, tudo atendeu à recomendação 89/2022 do CNMP que diz ao Ministério Público brasileiro para criar a semana de diálogos Lei Maria da Penha justamente para qualificar membros e servidores sobre como conduzi-la, quais os procedimentos, qual é o fluxo, a importância das medidas protetivas de urgência, do feito criminal, pois a lei Maria da Penha não é somente criminal, muitos operadores do direito acham isso , a própria sociedade também, mas deve-se conhecer a parte cível que é importante e bastante esquecida. Quase em todos os feitos, por exemplo, na adoção das medidas protetivas de urgência a referência é o artigo 22 da lei que obriga o agressor, mas tem o artigo 23 de medidas protetivas direcionadas à vítima”, declara a promotora.

Continuando, ela realçou a iniciativa de colegas promotoras de Justiça do MP de Alagoas e a união de todos para a positividade do evento e também da campanha Agosto Lilás.

“Além disso tudo, e ainda mais positivo, tivemos o workshop que foi uma proposta da promotora Karla Padilha do Controle Externo, com a doutora Ariadne e como consequência foram desencadeadas diligências nas delegacias especializadas com as duas colegas mencionadas e também a doutora Eloá. A primeira foi a unidade da parte alta comandada pela delegada Ana Luiza Nogueira e, no segundo momento, a que atende a parte baixa e tem como titular a delegada Paula Mercês . Após essa junção de discussões e conhecimento a visão passa a ser diferenciada porque a evolução envolve todos nós porque a recomendação é para membros e servidores e como está na Bíblia só podemos falar do que conhecemos e é imprescindível que, para atuarmos, tenhamos, de fato, convicção”.

A promotora Maria José afirma que a participação de todos enriqueceu a instituição e agradeceu o apoio do Caop, da Escola Superior do Ministério Público, da Comunicação, do Cerimonial e das equipes dos serviços gerais. Para ela, ‘o sucesso da semana do Ciclo de Diálogos da Lei Maria da Penha é resultado do somatório da doação e compromisso de todos’.

Ciclo

A abertura oficial contou também com a presença do diretor do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça, José Antônio Malta Marques e da coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher, Hylza Torres. O momento foi aproveitado para a exibição dos vídeos da campanha nacional “Toque de Amiga” da Comissão Permanente de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (COPEVID), seguido pelo lançamento da Campanha Agosto Lilás do MPAL “A mão invisível da violência psicológica”

O primeiro eixo temático:“A aplicabilidade e a eficácia da Lei Maria da Penha no âmbito do Ministério Público” teve como palestrante a promotora de Justiça Érica Canuto, do Rio Grande do Norte e como mediadora a promotora de Justiça Maria José Alves da Silva, de Alagoas.

Já no segundo dia, o tema discutido foi : “A atuação do Sistema de Justiça no combate e prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher”, dessa vez ministrando a palestra os juízes de Direito Alexandre Machado e José Miranda e sendo mediadora a promotora de Justiça de Alagoas, Eloá de Carvalho Melo.

No 3º eixo temático, as discussões tiveram como base: “A atuação do Sistema de Segurança Pública no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher” cuja palestra ficou sob a responsabilidade dos delegados Vinicius Ferrari (Central de Flagrantes), Paula Mercês (Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Mulher 1) e Ana Luiza Nogueira (Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Mulher 2). A mesma teve como mediadora a promotora de Justiça Silvana Abreu (MPAL).

O quarto dia trouxe o tema : “O papel da iniciativa privada, das instituições de ensino, do terceiro setor e do Ministério Público na prevenção e no enfrentamento à violência contra a mulher” e três palestrantes: a professora Dra. Elaine Pimentel (Diretora da Faculdade de Direito da UFAL), a advogada Anne Caroline Fidélis e a promotora de Justiça Maria José Alves (MPAL)Enquanto mediou as discussões, a promotora de Justiça Adezia Lima de Carvalho ( MPAL)

Ainda foi discutido o eixo temático: “A importância do sistema de saúde, de educação e de assistência social na proteção e no atendimento às vítimas de violência” com explanação feita pela equipe multidisciplinar do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, do Tribunal de Justiça de Alagoas.y, tendo como mediadora a promotora de Justiça Stela Cavalcanti ( MPAL).

As defensoras públicas Daniela Times e Andrea Tonin expuseram o 6º eixo temático: “O papel da Defensoria Pública na assistência à mulher vítima de violência doméstica e ao agressor”. Ocasião que teve como mediadora a promotora de Justiça Lídia Malta Prata Lima ( MPAL).

Por fim, fechando o Ciclo de discussões, na sexta-feira (5), foi debatido o eixo temático: “Os avanços legislativos e a observância de instrumentos a serem aprimorados e implementados para a colaboração do MP Brasileiro na prevenção e no enfrentamento à violência contra a mulher” que teve como palestrante a promotora de Justiça Stela Cavalcanti ( MPAL) e como mediadora a promotora de Justiça e coordenadora do NUDEMP/MPAL, Hylza Torres.

No dia do encerramento também foram apresentadas propostas para a elaboração da Carta do MPAL.