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Causando em Terras Portenhas

11/07/2022
Causando em Terras Portenhas

Novamente Jesualdo acompanhado por Generosa e Germinia, resolveu rever algumas regiões da Argentina. Chegando em Buenos Ayres, compraram um pacote turístico em uma companhia tipo popular. Pouco sabiam que passariam por inúmeras aventuras na terra de los hermanos.

Para começo de conversa, estavam os três, na porta do hotel, a espera de um taxi que os levaria até a sede da empresa responsável pelos passeios, quando de repente surgiu uma moto trazendo dois mal encarados, que subiram com o veículo na calçada parando quase em cima dos três.

Germinia muito esperta, antevendo o perigo, gritou para todos correrem, tendo sido acompanhada por Jesualdo que disparou ao seu lado e quando deram alguns passos, viram que Generosa permanecia estática de tanto medo e estava sendo assaltada, então os dois retornaram e foram roubados também.

Na hora, Jesualdo e Germinia ficaram aliviados por verem que nada acontecera com Generosa, mas depois ficaram muito bravos pois ao retornarem tinha perdido tudo o que traziam consigo.

Resolvido o problema, começou a excursão. Eram vinte turistas que iriam conviver juntos durante uma semana. Rapidamente foi notado existir entre eles um japonês acostumado a sempre que tinha oportunidade, retirar o sapato e começar a arrancar pedaços das unhas dos pés, para em seguida leva-los à boca e ficar mastigando.

Dias depois foram visitar o Museu Nacional da terra portenha e na programação constava uma palestra sobre a história da colonização da região. Todos sentados em cadeiras enfileiradas, enquanto o anfitrião relatava fatos que envolviam peças ali expostas.

Como de habito, o japona, já descalço, começou a mastigar o manjar retirado de um dos dedões. Nesse momento, Jesualdo, sem ninguém notar, empurrou um dos sapatos do nipônico para junto de Germinia, que rapidamente o pegou e jogou dentro de algo que estava ao seu lado.

Logo a seguir o palestrante apontou para o utensilio que virara esconderijo do calçante, o descrevendo como um dos itens mais valiosos do museu, que tinha pertencido à secular família de Juan Domingo Peron, popular líder político da terra visitada.

Ao termino do evento o cidadão ao notar que haviam retirado o seu utensílio, procurou por todos os lugares, menos no intocável artefato. Ao notar que ficaria com um pé desnudo, o oriental enlouqueceu, começando a dizer, supõe-se, palavrões em sua língua. Germinia um pouco apavorada, permaneceu calada e não contou nada a ninguém.

Horas depois, vinham caminhando por uma rua pouco movimentada, quando Germinia foi abordada por um pivete que apareceu repentinamente, puxou seu cabelo, exigindo o celular e ao receber, pediu a carteira, ela falou que havia esquecido no hotel, então o bandido disse: “então tá, tchau”. Tendo como resposta: “tchau”. Jesualdo pensou alto: “é uma figura essa minha sobrinha, como pode dar adeus para o ladrão?”