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A Arte de escrever

09/07/2022
A Arte de escrever

Escrevera meu preclaro conterrâneo e coestaduano Graciliano Ramos (1892 -1953): A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer. No dia 01 de julho, no Maceió Shopping, numa manhã chuvosa, encontrei-me com Dr. Geraldo Magela Pirauá; dele fui agraciado com seu majestoso livro: Contos & Crônicas.

Convidou outro literato, Ismael Pereira, artista plástico, escritor, residente na terra de Fausto Cardoso, oráculo da contemporaneidade de ambas unidades federativas. Meu amigo Ismael, tornou-se referência na Tribuna da Casa de Tavares Bastos. Seus memoráveis discursos deixaram marcas indeléveis nos anais do tempo. Ainda ecoam suas palavras eruditas na Assembleia Legislativa.

Ei-lo dissecando a honorabilidade do filho ilustre da histórica Porto Calvo, torrão que viu nascer o inolvidável jurista Guedes de Miranda. Diante de Geraldo Magela Pirauá, o espelho reiteradamente reflete com impecável nitidez e clareza a imagem da Justiça.

Complementando sua assertiva dispara: Sendo dela um lídimo e probo  representante proficiente trajetória, chegou o momento de guardar sua imaculada toga nas dobras, aveludadas de seu coração. Fez justiça àquele que prima pelo vernáculo herdado de Camões e Bilac.

Na qualidade de cronista menor, deleitei-me com seus escritos versando sobre o saudoso jornalista paraibano Noaldo Dantas, feitor de jornais que, por sua vez, aportou na bela Maceió em 13 de agosto de 1975, com o propósito de salvar o vetusto Jornal de Alagoas, criado pelo pernambucano Luiz Silveira na primeira década do século XX.

Adentrando às páginas de sua obra, De Dostoiévski a Machado de Assis, Estado de Alagoas e a Pandemia, Maceió, Ídolos, Três Igrejas que preciso voltar, Dilmar Lopes Camerino, meu mestre de Economia Internacional no campus da Ufal, Judá Fernandes de Lima, médico-escritor, primo-irmão que abrilhanta os clãs Veiga e Fernandes.

Imitando o fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL), apreciei os contos O Padre, Crime e culpa, A tristeza de Hemengardo, Conto proibido, O empresário. O político, O avarento, O crime da Praça Marques. Tudo isso, escrito com o português coloquial facilitando a compreensão dos formidáveis textos.

Segundo o autor, nos contos, a ficção de uma realidade possível; nas crônicas, os relatos da minha existência: o que vivi, o que pensei, o que sonhei…A bem da verdade, o promotor de justiça emérito escreveu com a alma de um telúrico fenomenal. Por essas razões, felicito-o pela grandeza de seu feeling envolvendo o hinterland alagoano.